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Petrobras aprova militar proposto por Jair Bolsonaro como novo presidente

Silva e Luna substitui na presidência da Petrobras, empresa estratégica para os interesses do Estado brasileiro, o economista Roberto Castello Branco.

Lusa

O conselho de administração da petrolífera Petrobras aprovou esta sexta-feira como novo presidente da estatal brasileira o general aposentado do Exército Joaquim Silva e Luna, proposto para o cargo pelo chefe de Estado, Jair Bolsonaro.

A Petrobras informou em comunicado enviado ao mercado financeiro que o seu conselho de administração "elegeu Joaquim Silva e Luna para o cargo de presidente da empresa".

O órgão também deu luz verde à renovação da liderança executiva da empresa, que é estatal, mas com ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madrid.

A ratificação de Silva e Luna foi precedida da realização, na segunda-feira, da assembleia geral extraordinária de acionistas, na qual foram eleitos os novos membros do conselho de administração, incluindo o general da reserva.

Silva e Luna substitui na presidência da Petrobras, empresa estratégica para os interesses do Estado brasileiro, o economista Roberto Castello Branco, cuja gestão à frente da petrolífera foi amplamente criticada por Bolsonaro devido aos contínuos aumentos dos preços dos combustíveis, que chegou a classificar de "inadmissível".

Pressionado pelo setor camionista, importante aliado dentro da sua base de apoio social e que ameaçava com uma nova greve como a que paralisou o país em maio de 2018, Jair Bolsonaro anunciou de surpresa, em 19 de fevereiro, a nomeação de Silva e Luna como novo presidente da companhia de petróleo.

A sua decisão provocou uma queda acentuada nas ações da Petrobras e despertou no mercado financeiro o temor de uma possível interferência na política de preços dos combustíveis, regida pelas leis do mercado livre.

Bolsonaro garantiu que não irá interferir na administração da Petrobras, mas, ao mesmo tempo, insinuou a possibilidade de "mudar essa política de preços" da petrolífera.

Silva e Luna, que antes de assumir a Petrobras foi presidente da parte brasileira da hidroelétrica binacional de Itaipú, é o primeiro presidente militar da petrolífera desde os tempos da ditadura (1964-1985), período defendido por Bolsonaro.

Desde que assumiu o poder em 2019, Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, abriu as portas do seu Governo a membros das Forças Armadas, de onde vem quase metade dos seus ministros, aos quais se somam cerca de 6.000 militares ativos e da reserva em outros cargos civis.

O chefe de Estado também confiou a militares altos cargos nas empresas públicas do país, como aconteceu agora na Petrobras, a maior empresa do Brasil.

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