O Qatar anunciou esta sexta-feira que vários funcionários do Aeroporto Internacional de Doha estão a ser investigados, depois de diversas mulheres a bordo de voos da Qatar Airways terem sido forçadas a realizar um exame vaginal, na sequência da descoberta de um recém-nascido abandonado no aeroporto.
Através de um comunicado, citado pela agência Associated Press, o Departamento de Comunicação do Governo do Qatar reconheceu que os procedimentos padrão foram violados e revelou que os responsáveis por "estas ações ilegais" estão a ser investigados pelo Ministério Público.
As pessoas que deram a ordem não foram identificadas e as autoridades do Qatar estão a prosseguir a investigação ao caso.
No comunicado, são ainda apresentadas as desculpas do primeiro-ministro, Khalid ibn Khalifa ibn Abdul Aziz Al Thani, às mulheres forçadas a fazer o exame ginecológico.
"O que aconteceu vai contra a cultura e os valores do Qatar (…) O Qatar está totalmente comprometido com a segurança de todos os viajantes."
O comunicado surge após o Governo australiano condenar o caso e da ameaça dos trabalhadores australianos em recusar servir a Qatar Airways em Sydney.
Os exames ginecológicos foram feitos no início do mês a várias mulheres de pelo menos 10 voos da companhia aérea, um dos quais com destino a Sydney, no Aeroporto Internacional de Doha. Grupos de defesa dos direitos descrevem os exames como o equivalente a violência sexual.