Mundo

O adeus ao professor francês que ensinou a "liberté"

Samuel Paty, que foi decapitado por mostrar as caricaturas de Maomé numa aula, tornou-se o "rosto da República".

SIC Notícias

As paredes da Universidade Sorbornne, em Paris, vestiram-se com as cores da nação para a homenagem nacional ao Samuel Paty, o professor que foi decapitado, na passada sexta-feira, por ter mostrado as caricaturas de Maomé numa das suas aulas.

No púlpito, o Presidente Emmanuel Macron fez de Paty o “rosto da República”, enquanto atrás de si eram lembrados os três ideais da Revolução Francesa.

“Na sexta-feira, Samuel Paty tornou-se o rosto da República, da nossa vontade de derrotar os terroristas, de reduzir os islamitas, de viver como uma comunidade de cidadãos livre no nosso país”, disse o presidente reforçando que França não irá renunciar às caricaturas do profeta Maomé.

O local escolhido por Macron também não foi ao acaso: cinco anos antes, a Universidade de Sorbornne foi também o palco da homenagem às vítimas de terrorismo.

Morto por ensinar a liberdade de expressão

A razão para o ataque terrorista ao professor Samuel Paty, de 47 anos, está relacionada com a exibição das polémicas caricaturas de Maomé, publicadas pela revista satírica Charlie Hebdo. O professor de História e Geografia terá mostrado as imagens durante uma aula sobre liberdade de expressão.

A vingança contra o professor começou nas redes sociais e o homicídio foi concretizado na passada sexta-feira, junto de um colégio, nos subúrbios da capital francesa, onde a vítima lecionava. O alegado autor do crime, identificado como Abdullah Anzorov, era um jovem de 18 anos e foi abatido polícia francesa.

Segundo uma investigação do Le Monde, um ou mais alunos terão fornecido a Abdullah Anzorov a identidade do professor em troca de dinheiro. Até agora, cinco pessoas foram formalmente acusadas e, pelo menos, cinco outras estão sob custódia policial.

Últimas