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Debaixo da Nova Zelândia há um vasto continente perdido

Novos mapas revelam um pouco mais da história do continente que se afundou há 85 milhões de anos.

Novos mapas revelados em junho de 2020 com detalhes da geologia e topografia da Zelândia.
gns.cri.nz

SIC Notícias

Escondido no fundo do mar, sob a Nova Zelândia, existe um vasto continente onde um dia passearam os dinossauros, revelou esta semana um estudo científico.

O continente perdido Zelândia/Te Riu-a-Māu fazia parte da mesma massa terrestre da Antártica e da Austrália. Afundou-se 85 milhões de anos e permaneceu escondido no fundo do oceano.

Uma recente investigação publicada no The Geological Society of America veio trazer novidades sobre este continente subaquático - e é possível explorá-lo virtualmente.

O instituto de investigação da Nova Zelândia GNS Science publicou dois novos mapas e um site interativo. Os mapas cobrem o fundo do oceano e o perfil tectónico da Zelândia e ajudam a contar a história deste continente.

Os mapas também ajudam a explicar a origem dos vulcões da Nova Zelândia, das bacias sedimentares e outras características geológicas das ilhas, segundo a GNS Science em comunicado.

"Estes mapas são uma referência científica - mas são mais do que isso. São uma maneira de comunicar o nosso trabalho aos nossos colegas, partes interessadas, educadores e público", diz o geólogo Dr. Nick Mortimer, principal autor dos mapas, no comunicado.

Como o continente se afundou

A ideia de que existia um continente nessa área já existe há algum tempo e o nome "Zealandia" foi dado pelo geofísico Bruce Luyendyk em 1995.

O estudo dedicado a essa área, com cerca de 5 milhões de quilómetros quadrados, determinou que não se trata apenas de um grupo de ilhas e fragmentos continentais, mas de uma crosta continental grande e separada o suficiente para ser oficialmente declarada como um continente.

A Zelândia fazia parte de Gondwana, ou Gonduana, o supercontinente que antes albergava os continentes que hoje conhecemos como África e América do Sul.

Há cerca de 85 milhões de anos, a Zelândia separou-se de Gondwana. A massa de terra à deriva, aproximadamente metade do tamanho da Austrália, era território de dinossauros e tinha floresta tropical

Milhões de anos mais tarde, as placas tectónicas começaram reorganizar-se, num período de grandes mudanças geológicas que também criou o "Anel de Fogo" do Pacífico, onde existem atualmente os vulcões mais ativos do mundo.

Durante este período, acredita-se que a placa do Pacífico - a maior placa tectónica do mundo - tenha afundado para baixo da crosta continental da Zelândia. Este processo, chamado subdução, fez com que a raiz do continente se partisse e afundasse também, de acordo com a National Science Foundation, uma agência de investigação do governo dos EUA.

Atualmente, cerca de 94% da Zelândia está submersa. Algumas partes do continente ainda estão à vista - formam a Nova Zelândia e outras pequenas ilhas. O ponto mais alto da Zelândia é Aoraki - Mount Cook, a 3.724 metros.

A investigação sobre o continente perdido e desconhecida da Zelândia continua e à medida que surgirem novos dados, o site interativo e os mapas serão atualizados, conclui a GNS Science.

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