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Já há acordo para a formação de um governo civil no Sudão

Depois de vários meses de protestos, os militares do Conselho que gere o país chegaram a um consenso com a oposição.

Mahmoud Hjaj

O pacto deverá ser formalizado nos próximos dias e abre a porta a uma transição de poder.

Entretanto, já este sábado, nove militares das forças especiais foram detidos, acusados de matar 9 manifestantes no início da semana.

De acordo com a agência France-Presse (AFP), o anúncio foi feito após a morte de quatro manifestantes na quinta-feira em Omdurman, uma cidade perto da capital sudanesa.

"Uma investigação foi aberta sobre os acontecimentos de Al-Obeid [Notes:centro do país] , e sete membros das RSF foram imediatamente demitidos e entregues à justiça civil para julgamento", disse o General Shamseddine Kabbashi, citado pela AFP.

O porta-voz do Conselho Militar, que lidera o país desde que o Presidente Omar al-Bashir foi afastado do poder em abril, disse que na quinta-feira dois outros membros da daquela força policial foram presos, sendo nove no total.Milhares de estudantes saíram esta semana às ruas em Cartum e outras cidades do Sudão em protesto contra a morte de cinco estudantes, na segunda-feira, no centro do país.

A contestação manteve-se para reclamar um Governo civil e melhores condições de vida para as populações mesmo depois da constituição de um Conselho Militar.

Em 17 de julho, os generais no poder e os líderes do movimento opositor concluíram, após difíceis negociações, um acordo sobre a criação de um Conselho Soberano composto por cinco militares e seis civis responsável por liderar o período de transição até à realização de eleições.

Desde dezembro, a repressão da contestação causou 246 mortos, incluindo 127 manifestantes mortos em 03 de junho num acampamento em Cartum, segundo um balanço do comité de médicos divulgado antes das manifestações em Obeid.

As autoridades apresentam balanços divergentes e com números de mortos e feridos bastante inferiores.

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