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Ministro alemão alerta para "risco de guerra" no Golfo

Os Estados Unidos responsabilizam o Irão pelos acontecimentos.

Michael Sohn

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, alertou hoje para um "risco de guerra" no Golfo e apelou para uma redução da tensão através de um diálogo entre todas as partes.

"A situação é grave, o risco de guerra no Golfo não está afastado e devemos fazer tudo para o evitar", disse Heiko Maas após assistir ao Conselho de Ministros do Governo de França.

"É por essa razão que estamos em diálogo com todas as partes", do Irão aos Estados Unidos, acrescentou, evocando a recente visita que fez a Teerão.

Um tal diálogo é essencial "para trabalhar para uma redução da tensão e o estabelecimento de soluções viáveis", acrescentou o ministro alemão, que falou à imprensa juntamente com o homólogo francês.

Dois petroleiros, um norueguês e outro japonês, foram alvo de ataques no estreito de Ormuz, na quinta-feira.

Os Estados Unidos responsabilizam o Irão, que nega qualquer envolvimento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, sublinhou que resta "pouco tempo" para inverter o rumo dos acontecimentos no Golfo Pérsico e apelou também ao diálogo.

"Estamos preocupados com a escalada de ações e com a escalada de declarações", disse o ministro francês.

"O anúncio feito pelas autoridades iranianas relativo a uma eventual colocação em causa do seu respeito pelo acordo de Viena é preocupante", acrescentou Le Drian referindo-se ao acordo nuclear de 2015.

O acordo nuclear internacional de 2015 foi assinado entre o Irão e o Grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- EUA, Reino Unido, França, Rússia e China -- mais a Alemanha), mas Washington retirou-se unilateralmente do acordo em maio de 2018 e voltou a impor fortes sanções económicas ao Irão.

Os europeus, a China e a Rússia mantêm o seu compromisso em relação ao acordo, mas até agora, devido às sanções dos Estados Unidos, não têm sido capazes de permitir que o Irão beneficie das vantagens económicas com que contava.

Um ano depois da retirada unilateral dos Estados Unidos, o Irão fez um ultimato dando 60 dias aos países que se mantêm no acordo para que encontrem forma de contornar as sanções dos Estados Unidos, caso contrário deixará de sentir-se obrigado a respeitar os termos do pacto.

Lusa

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