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Antigo diretor de campanha de Trump condenado a mais 43 meses de prisão

Setença está relacionada com fraude fiscal e bancária relacionada com trabalho de consultoria para políticos ucranianos.

Cliff Owen

O ex-diretor de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, foi esta quarta-feira condenado a 43 meses de prisão, o que, juntando à sentença conhecida na sexta-feira passada, aumenta a pena para sete anos e meio de prisão.

O sexta-feira, Paul Manafort foi condenado a três anos e 11 meses de prisão por fraude fiscal e bancária relacionada com o seu trabalho de consultoria para políticos ucranianos.

Essa primeira condenação de Manafort não está relacionada com as atividades que desempenhou como diretor da campanha presidencial de Donald Trump, embora tenha resultado da investigação sobre as suspeitas de conluio russo, liderada pelo procurador especial Robert Mueller.

A juíza federal responsável pela condenação de hoje questionou o antigo diretor de campanha acerca dos seus remorsos e criticou-o pelos crimes e anos de mentiras, considerando que o antigo diretor de campanha mentiu intencionalmente aos investigadores e sob juramento diante do Grande Júri acerca do contacto com um associado russo, durante a campanha de 2016, quebrando assim o acordo que tinha feito.

"É difícil sobrestimar o número de mentiras e a quantidade de fraude e a extraordinária quantia de dinheiro envolvido", afirmou a juíza Amy Berman Jackson, antes de sentenciar Manafort pelas acusações de conspiração relacionados com o seu trabalho de lóbi no estrangeiro e adulteração de testemunho. Manafort pediu misericórdia, afirmando que as acusações criminais de que foi alvo já lhe haviam "tirado tudo", implorando à juíza que não lhe desse mais tempo de prisão.

"Sinto muito pelo que fiz e todas as atividades que nos trouxeram até aqui hoje. Apesar de não poder desfazer o passado, assegurarei que o futuro será muito diferente", apelou Manafort numa voz calma e firme, lendo uma declaração escrita. Aos 69 anos, Paul Manafort chegou hoje ao tribunal de cadeira de rodas e afirmou ser o principal cuidador da sua mulher e disse querer uma hipótese para continuarem a vida juntos.

"Ela precisa de mim e eu dela. Peço-lhe para pensar nisto e na nossa necessidade um do outro enquanto delibera. Este caso já tirou tudo de mim - as minhas propriedades, o meu dinheiro, o meu seguro de vida, as contas fiduciárias para os meus filhos e netos e muito mais", apelou.

Num acordo judicial em setembro de 2018, Manafort admitiu ter lavado dinheiro, cometido fraude fiscal e feito lóbi ilegal no estrangeiro, ligado aos seus anos lucrativos de trabalho para políticos ucranianos, além de fraudar bancos para complementar os rendimentos através de dinheiro de hipotecas.

Confessou ser culpado nas duas acusações criminais: conspiração contra os Estados Unidos e conspiração de adulteração de testemunho, que cometeu depois de estar detido.

Lusa

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