Dois engenheiros que atestaram a segurança da barragem de Brumadinho, no estado de Minas Gerais, no Brasil, foram detidos por suspeita de corrupção.
O jornal Globo avança ainda que há mais três detidas no âmbito da investigação à rutura da barragem, "funcionários da Vale responsáveis pela obra e pelo licenciamento ambiental".
O número de mortos confirmados em consequência da rutura da barragem em Brumadinho subiu para 65 ao final da tarde de ontem, segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais. Há ainda 279 desaparecidos
Engenheiros detidos em São Paulo, buscas em empresas ligadas à Vale
Os engenheiros Makoto Namba e André Yum Yassuda foram detidos na cidade de São Paulo, levados para a sede da Polícia Civil e deverão ser encaminhados para o estado de Minas Gerais, onde ocorreu a rutura da barragem.
Segundo informações do portal de notícias G1, a Polícia Federal em São Paulo também participa na operação e cumpre, neste momento, dois mandados de busca e apreensão em empresas que prestaram serviços para a Vale.
Os investigadores apuram se documentos técnicos, feitos por empresas contratadas pela Vale e que atestavam a segurança da barragem que se rompeu, foram manipulados ilegalmente.
No início da manhã, a mineradora Vale divulgou uma nota a dar conta que está a colaborar com as autoridades para esclarecer os factos.
29/01/2019
Sobre mandados cumpridos nesta manhã
Referente aos mandados cumpridos nesta manhã, a Vale informa que está colaborando plenamente com as autoridades. A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas.
Avalanche de lama e resíduos minerais
Na sexta-feira, a rutura da barragem da empresa de mineração Vale no município de Brumadinho, na região metropolitana da cidade brasileira de Belo Horizonte, causou uma avalanche de lama e resíduos minerais.
Privatizada pelo Governo brasileiro em 1997, a Vale é uma das maiores empresas do Brasil e uma das principais mineradoras do mundo, com operações em mais de 30 países.
Além de ser a maior exportadora mundial de ferro, é uma das principais produtoras de níquel e outros minerais, como potássio e cobre e é considerada uma empresa estratégica pelo Governo brasileiro, que tem o controlo uma parte substancial das ações com direito a voto.
A empresa já esteve envolvida há três anos numa outra catástrofe semelhante ocorrida numa das minas da sua subsidiária Samarco no estado de Minas Gerais, na cidade de Mariana, na qual morreram 19 pessoas após a rutura de uma outra barragem.