Mundo

O homem que parou o deserto e o "fazedor" de floresta entre os vencedores do "Nobel alternativo"

Três ativistas dos direitos humanos, dois ativistas anticorrupção, um agricultor e um engenheiro agrónomo foram hoje distinguidos com o prémio Right Livelihood 2018, conhecido como o "Prémio Nobel alternativo", atribuído por uma fundação privada sueca.

Yacouba Sawadogo, o agricultor que parou o deserto no Burkina Faso
Right Livelihood

Os vencedores dos prémios de um milhão de coroas suecas cada (cerca de 96 mil euros) foram anunciados hoje em comunicado pela fundação que os atribui, a Right Livelihood Prize Foundation.

"O trabalho pioneiro dos laureados (...) dá-nos uma enorme esperança e merece a maior atenção do mundo. Numa época de declínio ambiental alarmante e de fraca liderança política, eles mostram o caminho em direção a um futuro muito diferente", declarou o diretor-executivo da fundação, Ole von Uexkull.

Os "cruzados anticorrupção" na América Latina

Right Livelihood

A guatemalteca Thelma Aldana e o colombiano Ivan Velasquez foram distinguidos "pelos métodos inovadores que adoptaram para denunciar os abusos de poder, restituindo o crédito às instituições públicas", indica a fundação em comunicado.

Três defensores dos direitos humanos sauditas na prisão

Right Livelihood

Os ativistas sauditas dos direitos humanos e civis Abdullah al-Hamid, Mohammad Fahad al-Qahtani e Waleed Abu al-Khair - que se encontram presos - foram distinguidos "pelos seus esforços visionários e corajosos, norteados pelos princípios universais dos direitos humanos, para reformar o sistema político totalitarista da Arábia Saudita".

Em 2013, Al-Hamid e Al-Qahtani foram condenados a 11 e 10 anos de prisão, respetivamente, por "incitarem à desordem ao convocarem manifestações" e "criarem uma organização ilegal".

Al-Khair foi condenado a 15 anos de prisão em 2014, por "desobedecer ao governante" e "causar danos à reputação do Estado ao comunicar com organizações internacionais".

O homem que parou o deserto no Burkina Faso

Right Livelihood

Yacouba Sawadogo, agricultor do Burkina Faso, mereceu o prémio "por transformar terra estéril e demonstrar como os agricultores podem regenerar o seu solo usando de forma inovadora os conhecimentos locais".

O "fazedor" de floresta na Austrália

Right Livelihood

O engenheiro agrónomo australiano Tony Rinaudo. deve o galardão ao facto de "demonstrar, numa grande escala, como a terra seca pode tornar-se fértil a um custo mínimo, melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas".

Os prémios em dinheiro destinam-se a apoiar o trabalho bem-sucedido dos laureados, não são para uso pessoal", refere a Fundação Right Livelihood (Modo de Vida Correto, em tradução livre).

O júri internacional escolheu os vencedores deste ano de entre 107 nomeações de 50 países.

A cerimónia de entrega dos galardões realiza-se a 23 de novembro em Estocolmo e será seguida de eventos públicos e encontros ao mais alto nível em Genebra, Zurique e Berlim, indica ainda o comunicado.

Os prémios Right Livelihood foram criados em 1980 para "honrar e apoiar homens e mulheres que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes e atuais".

Últimas