Mundo

Edward Snowden defende sociedade aberta e liberal ao receber "Nobel alternativo"

O ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana Edward Snowden defendeu hoje uma sociedade "aberta" e "liberal" ao aceitar o prémio Right Livelihood Award, conhecido como "Nobel Alternativo".

Ex-analista da Agência Nacional  de Segurança dos EUA Edward Snowden (Reuters/Arquivo)
© Dado Ruvic / Reuters
Snowden, acusado pela justiça norte-americana de espionagem e de roubo de documentos oficiais, falava através de videoconferência a partir da Rússia, onde está exilado.

"Tudo isto tem a ver com aquilo que podemos fazer para tornar a nossa sociedade mais segura, as liberdades que herdámos. Podemos ter sociedades abertas e liberais", afirmou Snowden, recebendo uma grande ovação do Parlamento sueco, onde decorreu a cerimónia de entrega do galardão.

Apesar de admitir que será "improvável" que as mudanças que defende ocorram num curto prazo, Edward Snowden fez questão de manifestar o seu compromisso na defesa destes princípios e de afirmar que não está arrependido por ter revelado a existência de programas de vigilância em massa de comunicações.

"Tudo o que sacrifiquei valeu a pena, voltaria a fazê-lo", disse.

Snowden revelou, no verão de 2013, a existência nos serviços secretos norte-americanos de programas de vigilância em massa de comunicações, suscitando tensões políticas internacionais e reavivando o debate sobre espionagem, segurança nacional e direito à privacidade.

O ex-consultor da NSA foi distinguido com este galardão por ter revelado uma vigilância estatal que "viola processos democráticos básicos e direitos constitucionais", indicou uma nota informativa divulgada, em setembro deste ano, pela fundação Right Livelihood Award, entidade com sede em Estocolmo.

O júri atribuiu a Snowden um galardão honorário, sem valor pecuniário, distinção que também atribuiu a Alan Rusbridger, diretor do diário britânico 'The Guardian', órgão de comunicação social que publicou os documentos revelados pelo ex-consultor informático.

O antigo consultor, que está na Rússia desde 23 de junho de 2013, recebeu em julho deste ano uma autorização de residência de três anos.


LUSA
Últimas