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Espanha sugere quotas para acolhimento de venezuelanos nos países da região

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sugeriu durante uma visita à América Latina a criação de um sistema de quotas nos países da região para acolher as centenas de milhares de venezuelanos que fogem da crise no seu país.

JEFFREY ARGUEDAS

"Se vemos a América Latina como uma comunidade solidária, evidentemente a repartição por quotas pode ser uma boa solução", disse Sánchez numa entrevista à rádio colombiana Blu Radio difundida na quinta-feira à noite.

O primeiro-ministro espanhol comparou a situação com a que se vive na Europa, afirmando que a migração "é um desafio", "não só para Espanha, que está na fronteira [sul da Europa] , mas para toda a União Europeia, razão pela qual deve haver solidariedade entre todos os Estados-membros".

Um sistema de quotas de acolhimento foi definido na UE em 2015, mas vários países recusaram aplicá-las enquanto e outros fizeram-no lenta e incompletamente.

Neste verão, em seis casos de navios com migrantes resgatados do mar chegados a Itália, Malta e Espanha, uma dezena de países ofereceram-se para receber parte dos migrantes, mas numa lógica casuística.

Pedro Sánchez defendeu por outro lado um diálogo entre os diversos setores venezuelanos para pôr fim à crise.

A pobreza, a hiperinflação, a falência dos serviços públicos e a falta de alimentos ou medicamentos na Venezuela tem levado milhares de pessoas a partir para o Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Chile.

Segundo a ONU, mais de metade dos venezuelanos a viver no estrangeiro saiu do país depois de 2015.

A Venezuela tem uma população de cerca de 30,6 milhões, entre os quais cerca de 400 mil portugueses e um número não determinado de lusodescendentes.

Devido à crise política, económica e social, até fevereiro passado mais de quatro mil portugueses tinham regressado à Madeira, território do qual muitos emigrantes na Venezuela são oriundos.

Lusa

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