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Aquarius perde nacionalidade e espera autorização para atracar

Gibraltar retirou a bandeira ao Aquarius. Alega que o navio está registado neste território desde 2009 como uma embarcação de investigação mas dedica-se ao resgate de migrantes. A SOS Mediterrâneo, organização que fretou o Aquarius, diz que se trata de manobra política. Enquanto isso, o navio que está há quatro dias ancorado entre Itália e Malta com 141 migrantes a bordo, espera uma solução para o desembarque.

Guglielmo Mangiapane

O Aquarius está, nesta altura, ancorado entre Malta e Itália que já fizeram saber que as portas de entrada estão fechadas. O ambiente no interior do navio é sensível. Há pessoas doentes a bordo e, se nada for feito nas próximas horas, as condições podem piorar.


Estão a bordo 141 migrantes, resgatados na passada sexta-feira, ao largo da Líbia. São menores não acompanhados, provenientes de países como Bangladesh, Camarões, Costa do Marfim, Egito, Eritreia, Gana, Marrocos, Nigéria, Senegal e Somália.

Espanha diz que "não é o porto mais seguro" para o Aquarius

Espanha "não é o porto mais seguro" para receber o navio humanitário Aquarius, que transporta 141 migrantes resgatados no Mediterrâneo, porque não é "o mais próximo, como estabelece o Direito Internacional", segundo fontes do Governo espanhol.

Há cerca de dois meses, o Aquarius viveu uma situação idêntica e os migrantes a bordo acabaram por ser recebidos em Espanha.

Agora, Madrid entende que a viagem até território espanhol é longa e pode por vidas em risco.


Resta França

As autoridades da cidade portuária francesa de Sète (sudeste) anunciaram hoje que estão dispostas a receber o navio, mas a oferta depende de autorização do Governo de França.

"A única condição é ter luz verde das autoridades francesas", disse o responsável pela autoridade portuária de Sète, Jean-Claude Gayssot, à emissora local France Bleu Hérault.

O Governo francês não se pronunciou até ao momento, mas em casos semelhantes no passado tem-se apoiado do Direito marítimo internacional que, em matéria de salvamento marítimo, estabelece que o navio deve dirigir-se ao porto seguro mais próximo, que no caso são os portos de Itália e de Malta.

A SOS Mediterrâneo e Médicos Sem Fronteiras pediram à União Europeia (UE) a abertura de um porto para atracar.

A Comissão Europeia afirmou hoje que está em contacto com vários governos europeus e manifestou "total apoio diplomático" para resolver a situação.

Com Lusa

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