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"Proteger os direitos humanos é fundamental para responder ao surto de Ébola" na RD Congo, refere relatório da HRW

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch instou hoje a República Democrática do Congo (RD Congo) a adotar medidas para conter o mais recente surto de Ébola, para garantir a proteção dos direitos humanos da população.

Kenny-Katombe Butunka

"Proteger os direitos humanos é fundamental para responder ao surto de Ébola", declarou o diretor de saúde e direitos humanos da Human Rights Watch (HRW), Diederik Lohman, no relatório "Surto de Ébola na República Democrática do Congo: Perguntas e respostas", agora divulgado.


No dia 8 de maio, o ministro da Saúde da RD Congo declarou a existência de novo surto de ébola no país, uma doença altamente contagiosa que matou mais de 11.000 pessoas na África Ocidental entre 2014 e 2016.


Os primeiros casos ocorreram na remota cidade de Bikoro, na província de Equateur. No final de maio, foram registados mais de 55 pessoas com o vírus e 12 mortes, diretamente relacionadas com o Ébola, de acordo com a ONG.


Diminuir o uso da quarentena, como medida de prevenção, deve ser uma prioridade para as autoridades, indicou a ONG.
"Os limites à liberdade de movimento e outras medidas que restrinjam os direitos básicos, só devem ser impostos quando necessários", disse Lohman.


A HRW apontou que as quarentenas impostas durante a epidemia de 2014-2016 na África Ocidental, não atenderam aos padrões de dignidade humana, já que foram aplicadas, muitas vezes, de forma arbitrária e sem bases científicas.


Para a HRW, a resposta à crise deve ser centrada na expansão do conhecimento sobre o Ébola e no apoio social às pessoas afetadas.


A ONG referiu que os profissionais de saúde na RD Congo são mais suscetíveis ao risco de infeção, uma vez que o sistema de saúde não tem recursos suficientes e os profissionais são frequentemente mal pagos.


Durante a epidemia anterior da África Ocidental, muitos profissionais de saúde morreram da doença, lembrou a ONG.
Desde 1976, mais de 800 pessoas morreram na zona do Congo devido aos surtos de Ébola.

Lusa

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