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ONU pede investigação a crimes cometidos contra rohingya em Myanmar

A missão das Nações Unidas pediu esta terça-feira uma investigação aos crimes cometidos contra a minoria rohingya em Myanmar e defendeu que se criem condições para o regresso de centenas de milhares de refugiados que foram para o Bangladesh.

Mohammad Ponir Hossain / Reuters

"É muito importante melhorar as condições para o regresso dos refugiados", que Myanmar considera imigrantes do Bangladesh, sujeitando-os a todo o tipo de discriminações, afirmou o diplomata peruano Gustavo Meza-Quadra, no fim da visita ao país da missão criada pelo Conselho de Segurança.

Defendeu ainda que é preciso investigar os assassinatos, violações, tortura e outros crimes de que os rohingya acusam as autoridades birmanesas, que intervieram num estado no oeste do país e que o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU acusa de genocídio e de limpeza étnica.

Cerca de 700.000 pessoas fugiram de lá para o Bangladesh.

A chefe do Governo, Aung San Suu Kyi, e o líder das Forças Armadas, general Min Aung Hlaing, negam que tenham sido cometidos crimes.

Mas a delegação da ONU sobrevoou áreas do país em que "vista de cima, a escala da devastação se torna clara", como afirmou a embaixadora britânica Karen Pierce, que com os seus colegas diplomatas testemunhou aldeias queimadas e arrasadas na campanha militar contra rebeldes rohingya.

E a própria justiça de Myanmar já condenou sete militares a 10 anos de prisão com trabalhos forçados por terem assassinado dez rohingya, cujos cadáveres foram enterrados numa vala comum.

Lusa

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