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Presidente do México rejeita atitudes ameaçadoras e falta de respeito de Trump

O Presidente mexicano, Enrique Pena Nieto, rejeitou quinta-feira as "atitudes ameaçadoras" e "a falta de respeito" do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, em contexto de tensão crescente na fronteira comum, devido ao tema da migração.

O Presidente do México, Enrique Penã Nieto, num dos últimos encontros com o Presidente dos EUA, Donald Trump na cimeira do G20, a de julho de 2017 em Hamburgo, na Alemanha.
Evan Vucci

Trump disse hoje que estima enviar entre 2.000 a 4.000 militares para a fronteira com o México, dias depois de ter ordenado o "envio imediato" da Guarda Nacional norte-americana para a zona.

A relação entre o México e os EUA "é intensa e dinâmica e apresenta desafios, naturalmente", declarou Pena Nieto, em comunicado, alertando, contudo, que "estes desafios não podem em algum caso justificar atitudes ameaçadoras ou uma falta de respeito entre os dois países".

Depois, de forma provocadora, o Presidente mexicano acrescenta: "Se as suas declarações (de Trump) recentes se devem a alguma frustração associada à política interna, às vossas leis ou ao vosso Congresso, trate disso, não se vire para os mexicanos".

No mesmo texto, Pena Nieto garante também que o México está "disposto a negociar, sim, mas sempre na base de um respeito mútuo". Estas declarações foram feitas depois de vários dias de tensão relativos à fronteira mútua.

Uma caravana de mais de mil migrantes da América Central, que atravessava o México em direção aos EUA, para aí entrar clandestinamente, suscitou a cólera de Trump, antes de renunciar à intenção, declarando-se ultrapassada pelo sucesso desta iniciativa.

Foi uma reportagem sobre este assunto que levou Trump a emitir uma série de mensagens pele rede social Twitter, exigindo às autoridades mexicanas que parassem a caravana.

Trump, que também pressionou com a renegociação do acordo de comércio livre norte-americano (NAFTA, na sigla em Inglês), exigiu também ao Congresso que reduza os direitos dos refugiados e migrantes.

Depois de revelar a quantidade de militares que vai enviar para a fronteira, Trump acrescentou que devem manter-se "provavelmente" até à construção do muro que tem projetado.

Na quarta-feira, Donald Trump afirmou que "a anarquia" na fronteira é "incompatível com a segurança e a soberania do povo americano" e que "não tem outra escolha a não ser agir".

De acordo com a ordem presidencial, o secretário da Defesa e o Departamento de Segurança devem trabalhar juntos na proteção da fronteira, de forma a "impedir o fluxo de drogas e pessoas".

O chefe de Estado norte-americano exigiu ainda um relatório, no prazo de 30 dias, que apresente "outras medidas que possam ser tomadas".

Na terça-feira, Trump tinha anunciado a intenção em destacar forças militarizadas para garantir a segurança da fronteira com o México, até o prometido muro ser construído, considerando tratar-se de "um grande passo".

Lusa

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