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Saúde do último rinoceronte-branco-do-norte macho do mundo piorou

O estado de saúde do último rinoceronte-branco-do-norte macho do mundo, chamado Sudan, piorou e, aos 45 anos, não se espera que melhore, informou esta quinta-feira a reserva natural queniana de Ol Pejeta, onde o animal está desde 2009. A idade avançada e o estado de saúde do animal não o permitem acasalar com uma das duas fêmeas que ainda existem desta espécie.

Thomas Mukoya

Sudan recuperou com sucesso, no final do ano passado, de uma infeção na pata direita, dada a sua idade avançada, mas há alguns dias descobriu-se que teve uma recaída e, desta vez, a infeção é "muito mais profunda".

"A infeção foi tratada mas está a demorar mais do que o normal para recuperar, apesar dos esforços da equipa de veterinários que está a cuidar dele 24 horas" por dia, referiu a reserva em comunicado. A instituição não está otimista em relação à saúde do rinoceronte.

"Estamos muito preocupados com ele. É extremamente idoso para um rinoceronte e não queremos que sofra desnecessariamente", indicou a nota.

Em dezembro de 2017, um comité formado por veterinários, ecologistas e especialistas em fauna selvagem do Quénia, da República Checa, Reino Unido e África do Sul reuniu-se para salvar a vida do último espécime vivo de rinoceronte-branco-do-norte macho. Além dele, existem outras duas fêmeas vivas, também em Ol Pejeta.

Sudan está muito velho para acasalar, pelo que a única esperança de manter a espécie viva é a realização de fertilização artificial, algo que nunca foi tentado com rinocerontes.

Sudan alcançou grande popularidade depois do lançamento de uma campanha na rede social Tinder, pelos responsáveis de Ol Pejeta, para obter os nove milhões de dólares necessários para o desenvolvimento de técnicas de fertilização assistida para este tipo de animal.

Durante anos, a caça furtiva destes animais contribuiu para a sua iminente extinção, já que pelos seus cornos pagam-se verbas superiores ao ouro no mercado asiático, devido às alegadas propriedade curativas e afrodisíacas. Por isso, Sudan e as fêmeas são vigiadas 24 horas por dia, por guardas armados.

Lusa

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