Os alunos do liceu de Parkland, localizado a mais de 400 quilómetros de Tallahassee, tiveram uma receção calorosa, mas os políticos não se alargaram em considerações e até a proibição de armas de assalto, como a AR-15 usada no massacre na escola Stoneman Douglas, foi retirado pelo senado da lista dos temas a abordar.
Um sobrevivente no tiroteio, de 16 anos, questionou o presidente do Senado estadual, Joe Negron, sobre o facto de o autor dos disparos, Nikolas Cruz, ter-se munido de uma arma de assalto.
"Como é possível que um rapaz que nós conhecíamos como estando claramente perturbado conseguiu uma arma de assalto, de caráter militar, e foi à escola para nos tentar matar?", confrontou o estudante.
Joe Negron não respondeu diretamente, limitando-se a dizer que "esse é um problema que se está a rever".
Os jovens dividiram-se em vários grupos para o contacto com os políticos do Capitólio estadual da Florida, que reúne o Senado e a Câmara dos Representantes, sobre o controlo das armas, o processo legislativo e as questões de saúde mental.
Esta visita ao Capitólio da Florida antecede a manifestação de alunos em Washington, em 24 de março, designada "Marcha pelas nossas Vidas".
Os alunos da Stoneman Douglas, a que se juntaram outros estudantes de todo o país, estarão na manifestação na capital norte-americana para sensibilizar os legisladores a agirem com urgência para que não se repita outro tiroteio em escolas norte-americanas.
O tiroteio na escola de Parkland provocou também 14 feridos e Nikolas Cruz confessou o crime mais tarde.
Os alunos do liceu pensavam que quando o alarme soou se tratava de mais um simulacro de incêndio, idêntico ao que tinham feito horas antes.
Tal exercício tinha-os obrigado a deixar as salas mais cedo, logo, quando o alarme voltou a disparar na quarta-feira à tarde, pouco antes da hora de saída, voltaram a dirigir-se aos corredores.
Foi nessa altura que, segundo a polícia, Nikolas Cruz equipado com uma máscara de gás, granadas de fumo e várias revistas de munições, abriu fogo com uma arma semiautomática.
Foi o tiroteio mais mortal nas escolas do país desde que um homem armado atacou uma escola primária em Newtown, Connecticut, há mais de cinco anos.
Lusa