A organização humanitária britânica Oxfam está a investigar 26 novos casos de comportamento sexual impróprio, denunciados depois da divulgação de abusos cometidos por trabalhadores no Haiti, após o sismo de 2010, anunciou hoje o diretor-executivo da organização.
Dezasseis desses casos referem-se a missões ou programas internacionais da organização não-governamental (ONG), uns "recentes e outros mais antigos", precisou Mark Goldring, ouvido hoje em audiência numa comissão parlamentar britânica.
"Queremos que as pessoas falem connosco", disse, acrescentando que podem voltar a ser investigados casos antigos.Mark Goldring pediu desculpa, em nome da ONG, pelos abusos cometidos no Haiti, e em nome próprio, por declarações que foram vistas como uma tentativa de desvalorizar os factos.
"Peço desculpa, pedimos desculpa, pelos danos que a Oxfam causou", disse. Um relatório interno da ONG revelou uma série de abusos da missão humanitária enviada para o Haiti após o devastador sismo de 2010, no qual um responsável admitiu ter pago a prostitutas, outros trabalhadores foram acusados de assédio e intimidação e uma testemunha foi fisicamente ameaçada.
Sete funcionários abandonaram a Oxfam na sequência da investigação. Quatro foram despedidos por "falta grave" e três pediram a demissão, entre os quais o chefe da missão no Haiti, o belga Roland Van Hauwermeiren, a quem foi proposta uma "saída digna, na condição de colaborar com o resto do inquérito".
Lusa