O Partido da União Democrática (PYD), o braço político da principal milícia curda, disse num comunicado que se a Turquia lançar uma operação contra Afrine, no norte da Síria, o mundo assumirá a responsabilidade pela vida das pessoas que lá residem. Cerca de um milhão de pessoas vivem no enclave de Afrine.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na segunda-feira que as forças armadas turcas estão prontas para lançar uma operação contra os bastiões das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) em Afrine e Minbej, no norte da Síria.
Esta milícia curda é considerada pela Turquia como uma extensão síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização que combate Ancara desde 1984.
O objetivo seria, segundo Erdogan, "matar à nascença" uma força fronteiriça que Washington pretende criar na Síria, integrando combatentes curdos que Ancara considera terroristas.
A coligação internacional conduzida pelos Estados Unidos para lutar contra o grupo radical Daesh anunciou no domingo a criação de uma "Força de Segurança Fronteiriça", em parceria com combatentes curdos e árabes, para "impedir o ressurgimento do Daesh".
Segundo a coligação, que apoia militarmente na Síria os combatentes curdos e árabes das Forças Democráticas Sírias, a força fronteiriça deverá ser constituída "durante os próximos anos" e contará com cerca de 30.000 homens, metade serão membros das FDS (dominadas pelas YPG) e o resto novos recrutas.
A divergência de pontos de vista em relação às milícias curdas tem dificultado as relações entre a Turquia e os Estados Unidos, aliados na NATO, organização a quem Erdogan pediu na terça-feira para tomar posição em relação aos planos dos Estados Unidos relativos àquela força fronteiriça.
Lusa