O livro de Michael Wolff retrata o primeiro ano de mandato de Donald Trump na Casa Branca e foi contestado pela Administração norte-americana antes mesmo de ser lançado. A Casa Branca ameaçou processar judicialmente o ex-conselheiro Michael Wolff, e instigou a editora a antecipar o lançamento da publicação.
Por conseguinte, o livro não só disparou para o topo dos livros mais vendidos na Amazon, como arrastou uma outra publicação exatamente com o mesmo título "Fire and Fury", mas esta sobre os bombardeamentos aliados na Alemanha, entre 1942-1945.
A coincidência levou alguns leitores a comprarem o livro errado e a admitirem o erro no twitter do professor canadiano.
Randall Hansen, o professor de Ciência Política da Universidade de Toronto, que escreveu o livro há 10 anos, estava na capital dos EUA no dia em que o livro sobre Trump foi lançado. Pouco depois vinha a público ironizar sobre a possibilidade de ter de partilhar os dividendos dos direitos de autor com Michael Wolff, ou até com o próprio Donald Trump, devido ao recente aumento das vendas do livro lançado há 10 anos.
Ironia do destino: a guerra surge aqui como o único ponto em comum entre os dois livros. O de Michael Wolff traduz a guerra de poder e de bastidores na Casa Branca. O de Randall Hansen o conflito armado e a guerra bélica. Em ambos os casos há vítimas civis, como, de resto ironizou o próprio professor canadiano:
"Estamos a falar sobre isto num momento em que temos esse demagogo assustador, instável e perturbado na Casa Branca", disse ele. "Então, essa coincidência deixa-me realmente mais feliz do que as vendas".