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Trump apela ao voto em candidato ao Senado acusado de assédio sexual

O Presidente dos Estados Unidos apelou na segunda-feira ao voto no candidato republicano ao Senado Roy Moore, acusado de vários casos de assédio sexual de adolescentes nas décadas de 1970 e 1980 no Alabama.

"A recusa dos democratas em dar apenas um voto à nossa maciça baixa de impostos [a reforma fiscal aprovada no passado sábado] é [a razão pela qual] necessitamos do republicano Roy Moore para ganhar o Alabama", escreveu Donald Trump, na rede social Twitter.

"Precisamos deste voto para travar o crime, a imigração ilegal", afirmou, numa série de 'tweets', em que Trump também se manifestando contra Doug Jones, o rival democrata de Moore, quem qualificou como um "fantoche" de Nancy Pelosi e Chuck Schumer, os líderes democratas no Congresso.

Donald Trump manteve uma "conversa positiva" ao telefone na segunda-feira com Moore, durante a qual "falaram sobre o estado da corrida ao Senado no Alabama", e "o Presidente deu o seu apoio à campanha do juiz Moore", disse Raj Shah, porta-voz da Casa Branca aos jornalistas.

Até agora, Trump tinha evitado manifestar o seu apoio de forma tão explícita a Moore nas eleições parciais programadas para o próximo dia 12, no Alabama, expressando apenas um apoio tático, criticando duramente Doug Jones e sublinhando que o candidato republicano negou repetidamente as acusações de assédio de que é alvo.

Após o anúncio de Trump, o Partido Republicano também decidiu devolver o seu apoio económico ao aparelho republicano do estado de Alabama para que financie a campanha de Moore frente a Jones, informou o 'site' ultraconservador Breitbart e, mais tarde, a cadeia de televisão CNN.

"O Partido Republicano é o braço político do Presidente e nós apoiamos o Presidente", disse fonte do partido à CNN.

Em 27 de novembro, a Casa Branca informou que Trump não tinha planeada nenhuma visita ao estado de Alabama para fazer campanha por Moore, apesar de não ter pedido a sua demissão, como fizeram líderes republicanos do Senado.Não obstante, Trump tem programado um comício para sexta-feira em Pensacola, uma cidade da Flórida situada a apenas 40 quilómetros da fronteira com o Alabama, segundo o portal na Internet da campanha.

A Casa Branca não esclareceu se Trump se vai pronunciar a favor de Moore nesse comício.As sondagens mostram uma disputa renhida entre Moore e Jones, apesar da natureza tradicionalmente conservadora daquele estado, com o candidato republicano à frente do democrata por apenas 2,6 pontos, segundo a média das sondagens do portal RealClear Politics.

Trump recordou, noutras mensagens, que durante as primárias republicanas no Alabama não apoiou Moore, mas Luther Strange, o aspirante preferido pelo aparelho do partido, apontando que "isso não foi suficiente", pelo que agora "não se pode permitir" que os democratas "ganhem estas eleições".

Moore, um ex-juiz de 70 anos alinhado com a chamada "direita alternativa", que procura revolucionar o Partido Republicano, negou categoricamente as acusações contra si, feitas por oito mulheres, incluindo algumas que tinham entre 14 e 18 anos à data dos alegados factos que denunciaram.

Desde a publicação das primeiras acusações, em 09 de novembro, no jornal Washington Post, vários congressistas e senadores do Partido Republicano pediram a Moore para abandonar a corrida ao Senado.

Lusa

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