"O Presidente Trump sublinhou a necessidade de trabalharem juntos para responsabilizar o regime iraniano pelas suas atividades maliciosas e desestabilizadoras, especialmente pelo seu patrocínio do terrorismo e pelo desenvolvimento de mísseis ameaçadores", indicou a Casa Branca num breve comunicado.
A conversa telefónica mantida com May insere-se na decisão da administração norte-americana liderada por Trump no sentido de rever o acordo nuclear que os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha, a China e a Rússia firmaram com o Irão, em 2015, sob a presidência de Barack Obama.
A administração de Trump tem que decidir antes do próximo dia 15, domingo, se atesta -- ou não -- que o Irão está a cumprir os termos do acordo, que impõe restrições às suas capacidades nucleares em troca do alívio das sanções que lhe foram impostas.
O Presidente norte-americano tem criticado repetidamente o pacto -- considerado histórico --, qualificando-o como "o pior acordo" que já viu.No entanto, o acordo tem provocado um aceso debate no seio da própria administração dos Estados Unidos, com alguns altos funcionários a defenderem-no no interesse de evitar uma nova escalada de tensões com Teerão.
A decisão de Trump não implica a saída dos Estados Unidos do acordo com o Irão, mas abre um processo que pode resultar na retoma das sanções a Teerão pelo programa nuclear, um passo que provavelmente representaria o fim do acordo que une esses dois países e as outras cinco potências.
Trump deve informar o Congresso dentro de dez dias sobre se o Irão está a cumprir com as suas obrigações ao abrigo do acordo multilateral e se continuar com o mesmo é do interesse dos Estados Unidos.
Os assessores presidenciais, segundo vários 'media', concluíram que deve anunciar que pelo menos a segunda condição, relativa ao interesse para os Estados Unidos, não se cumpre.
Essa determinação abriria caminho a uma revisão de 60 dias no Congresso dos Estados Unidos, que deveria considerar os "próximos passos" relativamente ao acordo, incluindo a eventual imposição de sanções.
Na terça-feira, o diretor da agência de Energia Atómica do Irão advertiu os Estados Unidos para os riscos de comprometer o acordo nuclear, entre os quais o de prejudicar os esforços de não-proliferação e a posição global de Washington.
Ali Akbar Salehi, que falava numa conferência internacional sobre segurança nuclear, frisou que as recentes posições norte-americanas "ilusórias e negativas" não permitem "augurar nada de bom" em relação ao acordo.
Um desfecho negativo seria mau para o Irão, mas "está muito mais em causa para toda a comunidade internacional", sublinhou o mesmo responsável.
Lusa