"A parceria com Bagdad falhou e não vamos retomá-la. Estamos convictos de que a independência permitirá não repetir as tragédias do passado", declarou o líder curdo numa conferência de imprensa em Erbil, que estava inicialmente agendada para sábado.
"O referendo é a primeira etapa para que o Curdistão expresse a sua opinião. Depois, um longo processo irá começar", acrescentou.
Numa altura em que a cidade petrolífera de Kirkuk e as zonas das províncias de Ninive e Dyala são disputadas entre esta região autónoma iraquiana e as autoridades de Bagdad, Massoud Barzani assegurou que o objetivo do referendo não é "definir fronteiras ou impor um facto consumado".
"Queremos um diálogo com Bagdad para resolver os problemas e o diálogo pode durar um ou dois anos", afirmou o líder, apelando para a participação de todos os curdos na consulta agendada para segunda-feira.
"Peço a todos os curdos que votem em paz amanhã [segunda-feira] ", afirmou Massoud Barzani, o principal promotor do referendo.
Apesar da oposição das autoridades iraquianas e das pressões internacionais e ameaças de retaliação, Barzani manteve a intenção de prosseguir com a realização do referendo.
O líder já sublinhou que a vitória do "Sim" no referendo não levará imediatamente ao anúncio da independência da região, mas sim ao início de "discussões sérias com Bagdad".
A 24 horas da realização do referendo, o Irão, um dos vários países que se opõe ao referendo, proibiu hoje todos os voos com o Curdistão iraquiano a pedido de Bagdad.
A região do Curdistão só adquiriu o estatuto de autonomia 'de facto' após a primeira Guerra do Golfo, em 1991, e a oficial após a segunda Guerra do Golfo, em 2003.
Lusa