"Reabrir o acordo para o renegociar significaria não o respeitar", declarou, numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, numa altura em que Washington exige que se tenha em conta as "outras ameaças" (programa balístico, intervenção na Síria, ataques informáticos) que, na sua opinião, Teerão faz pesar sobre o Médio Oriente.
"Misturar alhos e bugalhos seria errado, sobretudo tratando-se de uma questão tão complexa como o acordo nuclear iraniano", observou.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaça "rasgar" o histórico acordo de 2015, deve assegurar até meados de outubro, perante o Congresso, que o Irão está a respeitar os seus compromissos destinados a garantir o caráter exclusivamente pacífico do seu programa nuclear.
Se não o fizer, isso abrirá caminho a uma eventual nova imposição das sanções norte-americanas levantadas no âmbito do acordo e poderá destruir tudo o que foi conseguido.
Segundo o chefe da diplomacia russa, "a Rússia não é a única a dizer que é necessário salvar" este acordo concluído por Teerão e pelas grandes potências.
"Isso já foi dito por todos os países europeus" signatários e "pela maioria dos Estados-membros do Conselho de Segurança" da ONU, à margem da Assembleia-Geral da organização, esta semana, sublinhou.
Serguei Lavrov reconheceu, todavia, que vários países têm "diversos tipos de preocupações" em relação ao papel do Irão na região, mas considerou que "tais preocupações devem ser tratadas nos respetivos fóruns".
Lusa