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Embaixador da Coreia do Norte na ONU fala de "direito à autodefesa"

O embaixador da Coreia do Norte na ONU afirmou hoje que o seu país tem "direito à autodefesa" face às "intenções hostis" mostradas pelos Estados Unidos, algumas horas após Pyongyang ter disparado um míssil sobre o Japão.

Kim Kyung Hoon

"Os exercícios militares conjuntos americano-sul-coreanos atualmente em curso, num contexto de tensão na península coreana e apesar das advertências da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), são um ato fanático de atirar achas para a fogueira", declarou o embaixador Han Tae-Song na conferência sobre o desarmamento da ONU em Genebra.

Pyongyang tinha alertado contra aquelas manobras organizadas anualmente por Seul e Washington, que sente como a repetição de uma invasão do seu território.

"Agora que os Estados Unidos declararam abertamente as suas intenções hostis em relação à RPDC ao participarem nessas manobras (...), o meu país tem todas as razões para responder com contramedidas firmes, exercendo o seu direito à autodefesa", afirmou Han.

Adiantou que "os Estados Unidos devem ser responsabilizados pelas consequências catastróficas que daí decorrerão".

A Coreia do Norte disparou hoje um míssil balístico que sobrevoou o Japão antes de cair no oceano Pacífico.

O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência a pedido de Washington e de Tóquio, tendo o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, chamado a atenção para uma "ameaça grave e sem precedentes".

Na conferência sobre o desarmamento, os embaixadores dos Estados Unidos, da União Europeia, do Japão e da Austrália tomaram a palavra para condenar o disparo do míssil.

Face às críticas, Han insistiu que Pyongyang "continuará a reforçar as suas capacidades de defesa com o poder nuclear enquanto os Estados Unidos mantiverem a sua ameaça nuclear e as manobras militares".

Lusa

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