A Rússia "lamenta que esta nova estratégia anunciada por Washington assente sobretudo em métodos de recurso à força", declarou o chefe da diplomacia, em conferência de imprensa.
"Estamos convencidos de que esta via não tem futuro", acrescentou Lavrov.
Na segunda-feira, Trump recuou na promessa de campanha de "abandonar o Afeganistão" e apontou a possibilidade de envio de mais alguns milhares de soldados para o país - até 3.900 soldados, segundo o Pentágono -, enquanto aumentava a pressão sobre o Paquistão, acusando-o de ser um refúgio para "agentes do caos".
Cerca de 8.400 soldados norte-americanos estão atualmente no Afeganistão, no âmbito de uma força internacional que tem, no total, 13.500 homens e serve essencialmente para aconselhar as forças afegãs, que têm cerca de 190.000 efetivos.
Na terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, afirmou que Moscovo fornecia armas aos talibãs em "violação das normas internacionais".
"Não é a primeira vez que nos acusam de apoiar e mesmo de fornecer armas aos talibãs", comentou Serguei Lavrov, acrescentando: "Mas nenhum facto foi apresentado".
Segundo o MNE russo, Moscovo mantém contactos com os talibãs unicamente para garantir "a segurança dos cidadãos e das instituições russos" no Afeganistão e para os "instar ao diálogo com o Governo" afegão.
Moscovo defendeu várias vezes que os talibãs deviam ser incluídos num "diálogo construtivo" para encontrar uma solução para a guerra no país, onde os combates se intensificam e o movimento jihadista Daesh se enraíza.
No final de março, o general Curtis Scaparrotti, chefe das forças da NATO na Europa, tinha já declarado que a Rússia "se calhar" abastecia os talibãs.
Por sua vez, o chefe das forças norte-americanas no Afeganistão, o general John Nicholson, criticou em fevereiro que Moscovo desse "influência e legitimidade" aos talibãs contrariando os planos da Aliança Atlântica para o país.
Lusa