Os serviços de educação das crianças mais pequenas - creches e jardins de infância - devem ter programas educativos articulados para melhorar as capacidades cognitivas, as competências sócio-emocionais e a aquisição de conhecimentos, nomeadamente nos meios mais desfavorecidos, diz a OCDE.
São estas estruturas que mais contribuem para a igualdade na aquisição de conhecimentos e para a melhoria da mobilidade social.
No âmbito dos resultados do PISA 2015, que avalia a literacia de jovens de 15 anos de todo o mundo nas áreas da Leitura, Matemática e Ciências, conclui-se que aqueles que tiveram acesso a uma educação pré-escolar tiveram melhores resultados.
A intervenção precoce favorece também a adoção de comportamentos sãos, por exemplo, as crianças com menos de três anos em 2005 inscritas no pré-escolar foram os jovens de 2015 com menor taxa de obesidade.
Aumento do investimento no pré-escolar
Em 2013, o investimento nestas estruturas representou, em média, 0,8% do PIB nos 35 países da OCDE.
Cerca de um terço das crianças com menos de três anos estavam inscritas na creche - com taxas entre os 10% na República Checa, México e Eslováquia até 50% nos países nórdicos (exceto Finlândia e Suécia), Bélgica, França, Luxemburgo e Holanda.
Entre 2005 e 2014, as taxas de inscrição aumentaram e ultrapassaram os 15%, como são os casos de Portugal, Áustria, Chile, Israel, Letónia, México, Polónia, Rússia e Eslovénia.
Integração numa única tutela
Mais de metade dos países da OCDE têm um sistema integrado no que respeita à tutela das creches e jardins de infância - geralmente o Ministério da Educação - com programas educativos articulados - como são exemplos Austrália, Áustria, Chile, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Alemanha, Nova Zelândia, Suécia ou Inglaterra.
Outros, como Portugal, Bélgica, França, México ou Estados Unidos, têm dois sistema distintos, com as creches geralmente sob a tutela dos Assuntos Social e os jardins de infância sob a alçada da Educação.
A OCDE defende que o sistema integrado numa única tutela e os programas educativos desde a idade de um ano até ao fim do jardim de infância "são aqueles que têm melhores resultados", afirmou Eric Charbonnier, um dos autores do estudo em conferência de imprensa.
Depois de investir na rede de creches, é a vez de investir nos professores
A OCDE sublinha que a maioria dos governos dos países que a constituem aumentou o investimento na rede pré-escolar, pelo que agora é altura de investir nas condições dadas aos professores