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Organizações acusam guarda costeira líbia de roubar e aterrorizar migrantes

Organizações que ajudam refugiados acusaram hoje agentes da Guarda Costeira líbia de abordarem um barco com imigrantes no Mediterrâneo para os assaltar e para os fazer cair ao mar, provocando o pânico com disparos para o ar.

Em comunicado, os Médicos Sem Fronteiras e o SOS Mediterrâneo afirmaram que os agentes subiram a bordo e provocaram "o caos" na embarcação, levando cerca de 60 pessoas a saltarem para a água.


As organizações afirmam ter presenciado a chegada dos guardas quando já estavam distribuir coletes salva-vidas e a recolher cerca de 20 dos passageiros do barco no navio "Aquarius", que mantêm em conjunto no MEditerrâneo.


"Dois guardas líbios, de uniforme e com armas, subiram a uma das embarcações. Levaram telemóveis, dinheiro e outros pertences das pessoas, que foram ameaçadas e aterrorizadas pelo seu comportamento", afirmou a médica Annemaria Loof.


Os guardas dispararam vários tiros para o ar e provocaram o pânico, levando a que muitos passageiros que ainda não tinham colete se atirassem para a água.


"As nossas equipas recolheram da água 67 pessoas, foi um milagre ninguém se ter afogado ou ficado ferido", frisou.


Os Médicos sem Fronteiras assinalam que "saber que a Guarda Costeira líbia foi formada com apoio da União Europeia torna este episódio ainda mais detestável" e apelam para que os 28 não ajudem mais a Marinha líbia. Nesse dia, as duas organizações salvaram mais de mil pessoas, incluindo um bebé com duas semanas.


Este ano, já chegaram a portos italianos para cima de 50 mil imigrantes, mais 38,9 por cento do que no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Interior italiano.

Lusa

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