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Conflito no Afeganistão matou 210 crianças entre janeiro e março

Pelo menos 210 crianças foram mortas, entre janeiro e março, no conflito no Afeganistão, um aumento de 17% em termos anuais homólogos, indicou hoje a missão da ONU no Afeganistão (Unama).

Josh Smith/ Reuters

De acordo com dados da Unama em Cabul, 34% das vítimas registadas no primeiro trimestre do ano eram menores de idade -- 210 crianças mortas e 525 feridas --, um número que traduz um aumento que a missão das Nações Unidas atribui às operações aéreas das tropas e aos engenhos explosivos improvisados.


Nos primeiros três meses do ano, 88 mulheres foram mortas no conflito, um aumento de 54% em relação a igual período do ano passado. Entre janeiro e março, 185 mulheres ficaram feridas, ou seja, mais 13% em termos anuais.


No total, a Unama contabilizou 2.181 vítimas civis (715 mortos e 1.466 feridos) no primeiro trimestre do ano, o que representa uma ligeira descida de 4%.


"A Unama observa que os níveis recorde de deslocamentos internos no Afeganistão em 2016 e a redução dos números pode estar relacionada com a transferência de civis de várias áreas severamente afetadas pelo conflito", indicou.


Apesar de os confrontos terrestres entre as forças afegãs e os rebeldes terem voltado a ser a principal causa de baixas civis (35%) --, o relatório da Unama destacou o aumento de vítimas em bombardeamentos aéreos.


Os dados indicaram que durante o primeiro trimestre deste ano foram registados 72 mortos e 76 feridos naquele tipo de ofensiva, contra oito mortos e 21 feridos registados em igual período do ano passado.


A missão da ONU destacou ainda 17 ataques contra centros e pessoal médico. A Unama atribuiu aos rebeldes 62% das baixas civis registadas: 1.353 mortos e feridos.


O conflito afegão recrudesceu desde o fim da missão de combate da NATO, em janeiro de 2015. O ano passado foi o mais sangrento para a população civil, com 3.498 mortos e 7.920 feridos. A Unama começou a contabilizar as vítimas em 2009.


De acordo com Washington, o Governo afegão continua a perder terreno em relação aos talibãs e controla apenas 57% do país.

Lusa

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