Última atualização às 19:06
Os votos a favor no referendo, para decidir sobre o reforço de poderes de Erdogan, tinham uma vantagem de quase 1,3 milhões, o que garante a vitória ao "Sim", embora a proporção possa ainda variar.
Na primeira reação, o Presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, fala num resultado "claro" e já terá mesmo telefonado ao primeiro-ministro e ao líder do partido nacionalista para os congratular, segundo fontes oficiais do gabinete de Erdogan.
O principal partido da oposição turca já veiopedir a recontagem de 37% dos votos, após denunciar irregularidades no sufrágio. O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata) criticou a decisão da Comissão Eleitoral de aceitar como votos válidos os boletins que não possuíam o seu carimbo oficial.
O vice-presidente do CHP, Bulent Tezcan, considerou, em declarações aos media, que esta decisão implica que os resultados do referendo constitucional "vão enfrentar um sério problema de legitimidade".
A Suprema Comissão Eleitoral anunciou esta decisão sem precedentes após muitos votantes terem referido que os boletins de voto que lhes foram fornecidos não possuíam o obrigatório carimbo oficial. A comissão considerou que os boletins de voto apenas podem ser considerados inválidos caso seja provado que foram introduzidos nas urnas de forma fraudulenta.
O CHP denunciou que os números que dão a vitória ao "Sim", que consideraram parciais, proveem da agência noticiosa semioficial Anadolu, e não são os resultados definitivos da Comissão eleitoral suprema.
Nas ruas de Istambul, vários apoiantes de Erdogan já celebram a vitória do "Sim".
As últimas assembleias de voto do crucial referendo presidencialista na Turquia encerraram pelas 17:00 locais (15:00 em Lisboa), enquanto nas regiões orientais do país as suas portas fecharam uma hora antes.
A Turquia decidiu numa consulta popular sobre a substituição do atual modelo parlamentar por um sistema presidencialista, uma consulta que se tornou num autêntico plebiscito sobre a identidade da nação e cujo resultado determinará o seu modelo político e redefinirá as suas relações com a União Europeia (UE).
Cerca de 55,3 milhões de turcos foram chamados às urnas e prevê-se um resultado muito disputado, quando as sondagens indicaram a possibilidade de vitória do "sim", que reforçaria os poderes do Presidente islamita-conservador Recep Tayyip Erdogan, ou do "não", uma opção apoiada pelos setores laicos e pelo partido pró-curdo.
Com Lusa