As televisões transmitiam a operação de resgate desta embarcação de 6.825 toneladas, uma manobra complexa e das mais importantes até agora realizadas para a retirada de um barco inteiro, e quando se aproxima o terceiro aniversário da tragédia.
O ferry afundou-se a 16 de abril de 2014 ao largo da ilha de Jindo (sudoeste), uma das mais graves catástrofes marítimas da história da Coreia do Sul.
A recuperação da embarcação era uma reivindicação essencial das famílias das vítimas. Nove corpos que nunca foram encontrados poderão ainda permanecer no seu interior.
Familiares das vítimas observaram a operação a bordo de um navio, nas proximidades.
"Voltar a ver o Sewol. Não posso descrever o que sinto", declarou à agência noticiosa AFP Huh Hong-Hwan, cuja filha de 16 anos morreu no naufrágio. O seu corpo nunca foi encontrado.
Cerca de 450 pessoas participaram nesta imponente operação de resgate, com o navio a uma profundidade de 44 metros.
O naufrágio traumatizou o país e desencadeou a queda da Presidente Park Geun-Hye, destituída em dezembro pelo parlamento na sequência de um escândalo de corrupção, e num processo onde também foi acusada de negligência durante o naufrágio.
O drama foi essencialmente provocado por erros humanos. O inquérito apurou ainda que o "ferry" demorou três horas a afundar-se, mas os que estavam a bordo não receberam qualquer ordem para o abandonar.
O capitão do "ferry", Lee Jun-Seok, foi condenado a prisão perpétua por "homicídio por negligência", e 14 membros da equipa cumprem penas de prisão entre os dois e os 12 anos.
Lusa