Por minuto, 24 pessoas são obrigadas a abandonar os seus lares, indica o relatório sobre Desenvolvimento Humano 2016, da autoria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresentado em Estocolmo, Suécia.
A maioria das pessoas que deixaram os seus países são "refugiados económicos, que têm a esperança de melhorar a sua vida e enviar dinheiro para as famílias", segundo o documento.
"Muitos migrantes, em particular os 65 milhões de deslocados forçados do mundo, enfrentam condições extremas, como a falta de emprego, de fontes de rendimento e de acesso a serviços de saúde e sociais, além da assistência humanitária de emergência.
Frequentemente sofrem perseguições, animosidade e violência no país de acolhimento", refere a agência das Nações Unidas. Face à vulnerabilidade dos refugiados e migrantes, os países de acolhimento devem desenvolver medidas específicas, nomeadamente aprovando leis que os protejam, em particular as mulheres e crianças, que são "as principais vítimas".
"Os países de trânsito e destino devem oferecer bens públicos essenciais para atender as pessoas deslocadas", garantindo por exemplo a escolarização dos menores refugiados ou criando possibilidades de trabalho temporário para os refugiados, acrescenta.
No relatório, a ONU comenta que atualmente se observa um fortalecimento dos "movimentos sociais e políticos ligados à identidade".
O 'Brexit' -- saída do Reino Unido da União Europeia, processo que começará na próxima semana -- "é um dos exemplos mais recentes de retrocesso na direção do nacionalismo, quando as pessoas se sentem marginalizadas num mundo em mudança", comenta o PNUD.
"A intolerância para com os outros, em todas as suas formas - jurídica, social ou coercitiva - é antiética para o desenvolvimento humano e os princípios do universalismo", considera.
Lusa