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Mais de 244 milhões de pessoas vivem fora do país de origem

Mais de 244 milhões de pessoas vivem fora do seu país de origem e, destes, 65 milhões são deslocados forçados, que enfrentam condições extremas e, frequentemente, violência nos países de acolhimento, revela a ONU num relatório hoje apresentado.

© Srdjan Zivulovic / Reuters

Por minuto, 24 pessoas são obrigadas a abandonar os seus lares, indica o relatório sobre Desenvolvimento Humano 2016, da autoria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresentado em Estocolmo, Suécia.

A maioria das pessoas que deixaram os seus países são "refugiados económicos, que têm a esperança de melhorar a sua vida e enviar dinheiro para as famílias", segundo o documento.

"Muitos migrantes, em particular os 65 milhões de deslocados forçados do mundo, enfrentam condições extremas, como a falta de emprego, de fontes de rendimento e de acesso a serviços de saúde e sociais, além da assistência humanitária de emergência.

Frequentemente sofrem perseguições, animosidade e violência no país de acolhimento", refere a agência das Nações Unidas. Face à vulnerabilidade dos refugiados e migrantes, os países de acolhimento devem desenvolver medidas específicas, nomeadamente aprovando leis que os protejam, em particular as mulheres e crianças, que são "as principais vítimas".

"Os países de trânsito e destino devem oferecer bens públicos essenciais para atender as pessoas deslocadas", garantindo por exemplo a escolarização dos menores refugiados ou criando possibilidades de trabalho temporário para os refugiados, acrescenta.

No relatório, a ONU comenta que atualmente se observa um fortalecimento dos "movimentos sociais e políticos ligados à identidade".

O 'Brexit' -- saída do Reino Unido da União Europeia, processo que começará na próxima semana -- "é um dos exemplos mais recentes de retrocesso na direção do nacionalismo, quando as pessoas se sentem marginalizadas num mundo em mudança", comenta o PNUD.

"A intolerância para com os outros, em todas as suas formas - jurídica, social ou coercitiva - é antiética para o desenvolvimento humano e os princípios do universalismo", considera.

Lusa

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