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Líder da oposição venezuelana denunciado por suborno no caso Odebrecht

O ex-candidato presidencial da oposição venezuelana Henrique Capriles foi denunciado ao Ministério Público, pela Frente Anti-Corrupção Venezuela, por suspeita de ter recebido três milhões de dólares (cerca de 2,8 milhões de euros), em subornos da brasileira Odebrecht.

© Carlos Garcia Rawlins / Reute

A denúncia foi feita na sexta-feira pelo presidente daquela organização não-governamental, o deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela - o partido do governo -, Luís Tellerías, que pediu igualmente o arresto dos bens de Capriles, disse hoje o parlamentar aos jornalistas.

"Solicitámos ao Ministério Público [da Venezuela] uma providência cautelar sobre os bens do senhor Capriles, provenientes do delito, e que declare uma medida que limite a liberdade, porque já está a ser investigado no Brasil", explicou Luís Tellerías, que acrescentou ter sido pedido à banca suíça "a entrega dos movimentos de depósitos de Odebrecht a Capriles", explicou.
A denúncia verifica-se depois de o diário norte-americano The Wall Street Journal ter relacionado o opositor com subornos pagos pela Odebrecht, na Venezuela.

Henrique Capriles Radonski, um dos principais líderes da oposição no país, que também é governador do Estado venezuelano de Miranda, negou as acusações e insistiu que as contratações com a brasileira Odebrecht se realizaram de 2004 a 2008, altura em que aquele Estado era governado pelo deputado Diosdado Cabello, do Partido Socialista Unido da Venezuela, que é tido como um dos líderes do 'chavismo' no país.
"Enquanto governador do Estado de Miranda, jamais assinei um contrato com a Obebrecht", disse o líder da opoisção aos jornalistas.

No passado dia 15 de fevereiro, o Ministério Público venezuelano disse que congelou as contas bancárias de funcionários da Odebrecht no país, no âmbito de uma investigação dos supostos pagamentos de subornos na Venezuela.

Em janeiro último, aquele organismo anunciou também ter pedido a emissão de um "alerta vermelho" da Interpol, para a detenção de um cidadão, cuja identidade não revelou, relacionado com a investigação.

Segundo a imprensa venezuelana, no dia 12 deste mês, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, numa emissão televisiva, que dava "todo o apoio" às autoridades do seu país para "prender as pessoas que receberam subornos da Obedrecht", tendo na altura adiantado que "um governador" venezuelano estaria envolvido.

Uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, divulgada no passado mês de dezembro, indicava que os subornos da construtora brasileira no país rondariam os 98 milhões de dólares (cerca de 92,5 milhões de euros), para contratações de obras públicas.

Lusa

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