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Depressão pode ser mais prejudicial para o coração do que a hipertensão

Um estudo recente estabelece uma nova ligação entre depressão e distúrbios cardíacos. De acordo com a investigação publicada na revista Atheroscleroses, o risco de vir a sofrer de uma doença cardíaca grave é quase tão elevado para os homens que sofram de depressão, do que para os que tenham colesterol elevado ou obesidade, e pode mesmo ser maior do que para os que sofram de hipertensão.

© Yuriko Nakao / Reuters

Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão, segundo a Organização Mundial de Saúde. Conhecida como uma doença do foro mental, um novo estudo estabelece uma ligação entre depressão e outros problemas de saúde, nomeadamente distúrbios cardíacos.

Karl-Heinz Ladwig, responsável pela investigação, citado pelo site Business Insider, refere que estudos anteriores já tinham mostrado que a depressão é um fator de risco para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares, mas que esta nova pesquisa estabelece uma comparação com outras causas como a obesidade e o tabagismo.

Para a realização da investigação, que reuniu uma equipa de especialistas alemães, foram analisados dados de 3.428 pacientes do sexo masculino, entre os 45 e os 72 anos, que foram observados durante uma década.

O impacto da depressão em problemas cardíacos foi comparado com os quatro principais fatores de risco: hipertensão, colesterol elevado, tabagismo e obesidade.

Das 557 pessoas do grupo que morreram durante o período em análise, em 269 dos casos a causa da morte ficou a dever-se a doenças cardíacas.

Os resultados da investigação publicada na Atheroscleroses mostram que a hipertensão e o tabagismo correspondem, respetivamente, a 8,4% e 21,4% das causas dos problemas cardíacos que estiveram na origem das mortes. A depressão está associada a 15% dos casos.

Este estudo vem demonstrar que os problemas e depressões estão relacionados por vários motivos.

"Quando uma pessoa sofre de stresse, ansiedade ou depressão, não está apta a fazer escolhas saudáveis porque a seu estado acaba por ser demasiado absorvente", considera Nieca Golberg no site da American Heart Association.

"Uma pessoa com problemas de saúde mentais, acaba por subestimar o seu estado de saúde geral", refere Goldberg.

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