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Papa defende nova cultura de não-violência para a política mundial

O Papa Francisco defendeu hoje uma cultura de não-violência renovada para a política mundial atual, afirmando que as respostas militares aos conflitos só geram mais violência.

© Alessandro Bianchi / Reuters

Francisco citou a Madre Teresa, Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr. como modelos de não-violência na mensagem anual para o Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica assinala a 1 de janeiro.

Na mensagem hoje divulgada, Francisco afirmou: "A violência não é a cura para o nosso mundo partido. Responder à violência com violência resulta em migrações forçadas e enorme sofrimento".

É um "programa e um desafio para os líderes políticos e religiosos, para os responsáveis das instituições internacionais e para os dirigentes de empresas e os meios de comunicação social em todo o mundo", afirmou.

É "fazer prova de misericórdia recusar rejeitar as pessoas, danificar o ambiente e querer vencer a qualquer preço", acrescentou o Papa.

Intitulada "A não-violência: estilo de uma política pela paz", esta mensagem vai ser lida em todas as igrejas católicas a 1 de janeiro, por ocasião do 50.º Dia Mundial da Paz.

Perante todas as formas de violência que destroem o mundo, Jorge Bergoglio questiona-se: "Para que fim? Permite a violência atingir objetivos de valor durável? Não consegue apenas desencadear represálias e espirais de conflitos mortais que servem apenas um pequeno número de 'senhores da guerra'?".

Depois de, no ano passado ter criticado a indiferença de um mundo super-informado, Francisco chama cada pessoa a reconhecer "a violência que carrega consigo" e a deixar-se "curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez, um instrumento de reconciliação".

O Papa recusa a ideia de que a não-violência possa ser uma forma de "capitulação, alienação e passividade", destacando as conquistas de Madre Teresa de Calcutá, de João Paulo II contra os regimes comunistas da Europa de Leste ou ainda das mulheres que conseguiram o fim da guerra civil na Libéria.

"Este compromisso em favor das vítimas da injustiça e da violência não é um património exclusivo da Igreja Católica", explicou o papa, lembrando que é "próprio de numerosas tradições religiosas".

"Reafirmo com força: 'Nenhuma religião é terrorista'. A violência é uma profanação do nome de Deus", sublinhou.

Lusa

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