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ONU alerta para perigo de genocídio no Sudão do Sul

O enviado especial da ONU para a prevenção do genocídio avisou hoje que a violência no Sudão do Sul "e a propagação do ódio étnico pode descambar em genocídio se não se fizer agora algo para o evitar".

Adama Dieng pediu às autoridades do Sudão do Sul que protejam os civis para evitar mais agressões étnicas, falando à imprensa na sede da missão em Juba, capital do país.

No final de uma visita que começou na segunda-feira, ressalvou que atualmente não se verifica um genocídio no Sudão do Sul, mas "aumenta o perigo" de que aconteça.

"O genocídio não acontece num só dia, por isso há que impedi-lo", defendeu, sublinhando que "o caminho está preparado para que aconteça".

O responsável da ONU indicou que nas visitas que fez a campos de deslocados geridos pelas Nações Unidas, verificou "a falta de confiança entre o exército e os civis", com a população a queixar-se de "soldados indisciplinados, divididos em grupos armados diferentes e grupos que o Governo não controla".

"Já não os veem como protetores", lamentou Adama Dieng, que aconselhou o governo a adotar a legislação que obriga os implicados em atos de violência contra civis a serem levados à justiça imediatamente, evitando a impunidade.

Dieng salientou que "as violações continuam e a violência é diária, por isso, assim, não há esperança de reconciliação" no país.

O conflito no Sudão do Sul estalou em dezembro de 2013, quando o presidente, Salva Kiir, de etnia dinka, acusou o seu ex-vice-presidente, Riek Machar, de etnia nuer, de tentar fazer um golpe de Estado.

Lusa

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