A ocorrência coincide com o fecho da fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, ordenado pelo Presidente venezuelano Nicolás Maduro e ainda com a recusa da Venezuela em receber ajuda internacional em medicamentos que, segundo fontes médicas, escasseiam em mais de 80% no país.
A vítima, residente no Estado de Táchira (oeste da Venezuela), faleceu sábado à tarde, quando pretendia chegar ao departamento colombiano de Norte de Santander e foi surpreendida por uma enchente do Rio Táchira.
Segundo o diário La Nación, a vítima, mãe de uma criança, pretendia comprar um medicamento que devia ser tomado diariamente.
A Venezuela recusou na segunda-feira, na assembleia-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), a possibilidade de receber ajuda humanitária em medicamentos.
"Acreditamos na ajuda humanitária, mas é diferente usá-la no quadro que se está a usar, que esconde um desejo intervencionista que é inaceitável", disse o embaixador da Venezuela na Assembleia-geral da OEA, Bernardo Álvarez.
Fontes médicas da Venezuela dão conta que a falta de medicamentos e de material médico básico no país ronda os 80%, afetando diversos tipos de doentes, como os hipertensos e os diabéticos.
A 19 de agosto de 2015, Maduro ordenou o encerramento da ponte Simón Bolívar, principal passagem entre a cidade colombiana de Cúcuta e as localidades venezuelanas de San António e Ureña.
Cinco dias depois, as autoridades venezuelanas decretaram o estado de emergência em seis municípios fronteiriços com a Colômbia, justificando a medida com o combate a grupos paramilitares, ao narcotráfico e ao contrabando.
O estado de emergência foi depois estendido a 20 municípios, abrangendo os estados venezuelanos de Táchira, Zúlia e parte de Apure.
Desde o encerramento da fronteira, mais de 1.355 colombianos foram repatriados e mais de 19 mil abandonaram a Venezuela voluntariamente, segundo fontes não oficiais.
Lusa