As Nações Unidas avisaram, no mês passado, que se não houvesse evolução no acesso à ajuda a zonas cercadas até 1 de junho, iria encarregar o Programa Alimentar Mundial de começar a dar assistência aérea na Síria.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha disse que tanto os funcionários das Nações Unidas como do Crescente Vermelho Árabe Sírio estiveram envolvidos na entrega de hoje.
Segundo o conselho local da cidade cercada pelos rebeldes, a caravana incluía apenas "abastecimentos médicos" e não tinha qualquer ajuda alimentar para as populações famintas.
Daraya foi uma das primeiras cidades da Síria a manifestar-se contra o governo em 2012 e um dos primeiros sítios a ficarem sob um rigoroso regime de cerco no final de 2012.
Cerca de 8.000 pessoas vivem na cidade, que fica apenas a 15 minutos de carro a sudoeste de Damasco.
Apesar da intensificação dos apelos dos seus residentes, das Nações Unidas e dos grupos de direitos humanos, o governo sírio tem até agora recusado permitir ajuda à cidade.
A 12 de maio foi negada a permissão para entrar a cinco camiões de ajuda humanitária à espera nos arredores de Daraya, numa dramática rejeição de 11 horas.
"Da última vez, as pessoas encheram as ruas à espera que a ajuda entrasse", disse à AFP a ativista Shadi Matar, de dentro de Daraya.
"Desta vez, não havia ninguém. Tinham medo que o regime os bombardeasse e eles sabem que a ajuda humanitária apenas tem abastecimentos médicos", disse.
No início do dia de hoje, a Rússia anunciou que haveria uma trégua local por 48 horas em Daraya para assegurar que a ajuda seria entregue com segurança.
As paragens de combate temporárias foram introduzidas em Daraya e noutro lugar, de forma a reforçar um cessar-fogo mais amplo mediado pela Rússia e pelos EUA para faixas do território sírio.
Lusa