"Consideramos que estas emergências são as mais importantes, pelo número de pessoas afetadas e o incrível efeito devastados dos conflitos na saúde. Além disso, são conflitos que não parece irem resolver-se em breve", explicou Brennan.
Segundo cálculos da organização, nestes quatro países há mais de 32,5 milhões de pessoas que precisam de assistência médica e sanitária, o que representa quase metade dos 79 milhões de pessoas que carecem desse tipo de ajuda em todo o mundo, este ano.
A OMS estima que para suprir estas necessidades em 2016 é preciso um financiamento total de 2.200 milhões de dólares em ajuda, para o qual espera contribuir com mais de um quarto.
Só na Síria, a OMS procura ajuda para 11,5 milhões de pessoas que necessitam de ajuda sanitária, incluindo tratamentos para os traumas e tratamentos de saúde mental.
A organização procura igualmente ajuda para vacinas, medicamentos e material médico para os cinco milhões de refugiados que se encontram nos países vizinhos.
Além da Síria, Iraque, Iémen e Sudão do Sul, Brennan referiu-se à República Centro-Africana e à Etiópia como "zonas que não podemos deixar de vigiar".
O caso da Etiópia é especialmente preocupante para a OMS, já que o país está a sofrer os efeitos adversos do fenómeno climático 'El Niño', que provocou uma das maiores secas em décadas no país e deixou quase meio milhão de crianças em estado de subnutrição severa.
Outras emergências, como a do Zika na América Latina e a epidemia de febre amarela em Angola, somam-se aos 30 países para os quais a OMS pediu ajuda internacional, figurando entre eles Guatemala, Honduras, Somália, Palestina e Ucrânia.
O principal problema que a OMS enfrenta para atender a estas emergências são as doações, porque, segundo Brennan, "o nível das necessidades aumentou de modo absolutamente mais rápido do que o das doações", nos últimos anos.
O diretor explicou que apesar de a OMS receber maior quantidade de doações que outras organizações internacionais (conseguem cobrir entre 50% e 60% do solicitado), 2015 foi um ano especialmente difícil, em que só conseguiu obter cerca de 37% das verbas requeridas.
De acordo com o responsável, os doadores aumentaram as quantidades doadas ano após ano, mas a dita ajuda "não acompanhou o ritmo" das necessidades.
Lusa