A Organização não Governamental Provea denunciou também que houve abusos durante rusgas policiais e militares a comunidades populares e de imigrantes.
A denúncia foi feita em Washington, nos Estados Unidos, durante a apresentação do relatório "Poder sem limites", que dá conta que no ano passado ocorreram, na Venezuela, detenções arbitrárias massivas, maus-tratos a detidos, desalojamentos forçados, destruição de habitações e deportação arbitrária de cidadãos colombianos.
Alguns destes casos teriam ocorridos no âmbito da "Operação Libertação e Proteção do Povo", implementada pelo Governo venezuelano para combater grupos de criminosos que atentam contra a população venezuelana, em diversas regiões do país.
"Os venezuelanos enfrentam um dos índices de homicídios mais altos da região e precisam de ser protegidos eficazmente com urgência perante delitos violentos", explicou o diretor executivo par as Américas da Human Rights Watch, durante a apresentação do relatório da Provea.
Segundo o relatório os familiares das vítimas de "execuções extrajudiciais" ou assassinatos ilegais, queixam-se que não têm onde pedir ajuda para que sejam recompensados ou para que protejam os seus direitos fundamentais.
Para elaborar o relatório a Provea entrevistou dezenas de cidadãos de Caracas e dos Estados venezuelanos de Carabobo, Miranda, Nova Esparta, Vargas e Zúlia, e analisou declarações escritas sobre denúncias de vítimas de abusos ou testemunhas de abusos sofridos por outras pessoas.
"Nos Estados de Mérida e Táchira, foram entrevistados defensores (ativistas) de direitos humanos, que documentaram acusações de abusos, e foi consultada informações de organizações internacionais que realizaram investigações na fronteira com a Colômbia. Também examinamos fontes oficiais que incluem documentos judiciais e declarações das autoridades, assim como fotografias e vídeos", explica a Provea.
Em fevereiro, durante uma intervenção no parlamento venezuelano, a procuradora Geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, confirmou que 245 pessoas foram assassinadas, em 2015, por membros de vários organismos das forças de segurança nacional.
Lusa