"A Presidente Dilma Rousseff ordenou a abertura dos procedimentos legais devidos contra Delcídio do Amaral, na sequência de declarações difamatórias", informou a presidência brasileira.
A decisão de Dilma Rousseff surge na sequência da entrevista de Delcídio do Amaral à edição de hoje da revista Veja, durante a qual afirmou que a Presidente brasileira sabia da rede de subornos em torno da Petrobras e usou dinheiro nas suas campanhas eleitorais.
"Dilma herdou e beneficiou diretamente deste sistema, que financiou as suas campanhas eleitorais" de 2010 e 2014, declarou Delcídio do Amaral, antigo líder no Senado do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), à Veja.
Enquanto o antigo chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de corrupção, "dirigia o sistema" de subornos, "Dilma sabia tudo. A diferença era que ela fingia não ter nada a ver com este caso", garantiu.
De acordo com o senador, "Lula negociava diretamente com os partidos para nomear dos diretores do grupo petrolífero e sabia perfeitamente como estes diretores eram utilizados pelos partidos" para recuperar subornos.
E para impedir um inquérito, Rousseff e o seu antecessor e mentor "tentaram sistematicamente impedir o trabalho da justiça", acrescentou.
Antigo líder do grupo no Senado do PT, Delcídio do Amaral tinha acusado, no início da semana, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, de ter tentado comprar o seu silêncio no caso Petrobras.
Estas novas acusações surgem no dia seguinte a vastas manifestações, em todo o país, da esquerda brasileira em defesa do governo, alguns dias depois da manifestação de três milhões de brasileiros para exigir a destituição da presidente.
Lusa