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Presidente interino da Ucrânia exige que tropas russas na Crimeia fiquem nas bases

O Presidente interino da Ucrânia, Olexandre Turchinov,  exigiu hoje ao comando da frota russa no Mar Negro que mantenha nas suas  bases as tropas que tem no território ucraniano, pois "qualquer movimento  de efetivos será considerado uma agressão". 

Turchinov fez esta advertência ao inaugurar a sessão da Rada Suprema  (parlamento), depois de informar que um grupo armado tomou as sedes do governo  e do parlamento da República Autónoma da Crimeia, de maioria russa. 

O Presidente interino e também do parlamento fez um apelo ao Governo  da Rússia para respeitar os acordos internacionais. 

Moscovo mantém no porto de Sebastopol (Crimeia) a base principal da  sua frota no Mar Negro, e todos os movimentos das tropas russas no território  devem ser acordados com as autoridades da Ucrânia, de acordo com um tratado  assinado entre os dois países. 

O parlamento ucraniano deverá aprovar hoje a formação de um Governo  de transição liderado pelo banqueiro Arseni Iatseniuk, na sequência de intensas  consultas políticas e após a destituição no fim de semana pelo hemiciclo  do Presidente Viktor Ianukovich. 

Na Crimeia, dezenas de homens armados tomaram hoje o controlo do parlamento  e da sede do Governo e nos dois locais foram hasteadas bandeiras russas.

Cerca de 50 homens equipados com "armas modernas" chegaram durante a  madrugada e impediram a entrada dos funcionários nos edifícios, declarou  o primeiro-ministro da Crimeia, Anatoli Mohilyov. 

As autoridades locais estão a preparar-se para "tomar medidas", acrescentou,  sem dar mais detalhes, apelando ainda aos cidadãos para que tenham calma.

Mohilyov disse que já havia tentado negociar com os agressores, que  se recusaram, declarando que o primeiro-ministro não tinha a autoridade  necessário para fazê-lo. 

O ministro do Interior interino, Arsen Avakov, anunciou que lançou um  alerta para toda a polícia, assim como para as forças especiais. 

Esta medida, com o cerco da região do parlamento em Simféropol pelas  forças de ordem, destina-se a evitar "um banho de sangue entre a população  civil" e "a evolução de uma situação de confrontos armados", declarou Avakov  na sua página do Facebook.  

"Os provocadores estão em marcha" e é preciso manter "a cabeça fria",  acrescentou. 

No local, cerca de vinte polícias não armados fazem circular os curiosos,  sobretudo manifestantes pró-russos, que se juntam nas proximidades dos dois  edifícios. 

A praça em frente aos locais está completamente deserta, o perímetro  de segurança estende-se a 500 metros. 

A Crimeia era considerada pela União Soviética como parte da Rússia,  mas foi anexada à Ucrânia em 1954 e continua a albergar a frota naval russa  do Mar Negro na cidade portuária de Sebastopol. 

Lusa

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