Mundo

Duas mil crianças sírias refugiadas no Líbano em risco de morrer à fome

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou hoje para a existência de cerca de duas mil crianças sírias refugiadas no Líbano que estão em risco de morrer à fome caso não recebam auxílio imediato. O órgão alertou ainda para a iminência de uma crise de desnutrição.

Campo de refugiados sírios no Líbano / Reuters
© Jamal Saidi / Reuters

De acordo com um estudo da UNICEF realizado em outubro e novembro de 2013, cerca de duas mil crianças "estão em risco de morte e necessitam de tratamento imediato para sobreviver".

O órgão revelou que já começou a prestar assistência a várias centenas de crianças que se encontravam em situação mais grave.

As regiões mais afetadas situam-se no norte e leste do Líbano, onde os casos de "desnutrição severa" duplicaram nos últimos dois anos.

O relatório também alertou para o facto de a chegada de mais refugiados e o aumento dos preços da comida poderem conduzir a uma "deterioração rápida".

De acordo com a representante da UNICEF em Beirute, Annamaria Laurini, "a desnutrição é uma ameaça nova e silenciosa entre os refugiados no Líbano".

Segundo Annamaria Laurini, o problema está relacionado com a "falta de higiene, água para beber insegura, falta de imunização e práticas de alimentação desapropriadas para crianças pequenas".

O responsável da UNICEF para a saúde e nutrição, Zeroual Azzedine, explicou que "a criança que sofre de desnutrição não tem apetite, não quer comer, porque a desnutrição começa por afetar o cérebro. Mesmo que a criança esteja a rir, a brincar, a desnutrição afeta-a de forma silenciosa". 

Em declarações à agência France Press, Zeroual Azzedine disse que a taxa de desnutrição entre as crianças se situa nos 6%, representando "o efetivo início da crise".

A situação passa a ser de emergência se a taxa de desnutrição alcançar os 15%.

Com uma população de quatro milhões de pessoas, o Líbano tem visto os seus já limitados recursos levados ao limite pelo afluxo de refugiados, que são já cerca de um milhão, incluindo duas mil crianças.

Com Lusa

Últimas