Mundo

Operador de câmara brasileiro atingido durante manifestação está em morte cerebral

O operador de câmara brasileiro Santiago Andrade, atingido na cabeça por um objeto pirotécnico durante uma manifestação  no Rio de Janeiro, na semana passada, teve morte cerebral ao início da tarde,  segundo a Secretaria Municipal de Saúde. 

(EPA)
AGENCIA GLOBO

Santiago Andrade, funcionário da emissora Bandeirantes, estava a trabalhar  registando imagens de confrontos entre polícias e manifestantes quando foi  atingido, na sexta-feira passada. 

O profissional, de 49 anos, foi socorrido e levado a um hospital Souza Aguiar, onde passou por uma cirurgia. Desde então, Santiago encontra-se  em coma induzido, ligado a aparelhos de suporte de vida. 

Os exames que levaram ao diagnóstico de morte cerebral terão indicado  que 90 por cento do lado esquerdo do cérebro do cinegrafista estaria sem  irrigação, segundo o diário "O Globo". 

Na porta do hospital, colegas jornalistas demonstram apoio ao cinegrafista.  Uma manifestação dos profissionais de imprensa está prevista para esta tarde  na Central do Brasil, o mesmo local onde Santiago foi atingido. 

O momento em que o artefato o atingiu foi registado por outros operadores  de câmara e fotógrafos e a polícia tenta identificar o responsável pelo  lançamento a partir das imagens. Câmaras de vigilância nas ruas também foram  acionadas. 

No domingo, um dos suspeitos identificado nas imagens, Fábio Raposo,  apresentou-se à polícia. Raposo aparece no vídeo segurando o artefato, ainda  apagado, e em seguida passa-o a um segundo homem, que acende e lança o fogo  em direção a Santiago. 

Raposo, no entanto, ainda não forneceu o nome do homem que detonou o  objeto. 

 Santiago trabalhava há dez anos na TV Bandeirantes e possuía experiência  em reportagens em zonas de conflito, tendo trabalhando em diversas coberturas  em favelas brasileiras. O operador de câmara acumulava ainda dois prêmios  de jornalismo Mobilidade Urbana, de 2010 e 2012, por uma série de reportagens  sobre o transporte público. 

Lusa

Últimas