"Ele (Edward Snowden) contribuiu para a revelação dos níveis extremos de vigilância de países contra outros países e sobre cidadãos", disse o antigo ministro à France Presse, acrescentando que a proposta foi enviada por carta para o Comité Nobel.
"Snowden contribuiu para que as pessoas soubessem o que se está a passar provocando um debate público" disse ainda Solhjell, sublinhando que se trata de "contributos fundamentais para a paz".
Na carta que foi enviada ao Comité Nobel norueguês, Solhjell, em conjunto com o socialista norueguês Snorre Valen, afirmam que não têm de "necessariamente" de condenar ou apoiar as atitudes de Snowden, mas sim elogiar o ex-analista da NSA pelas revelações de natureza tecnológica e de vigilância moderna.
"O nível de sofisticação e o alcance da vigilância sobre os cidadãos em todo o mundo são motivo para nos sentirmos atingidos", referem na carta, acrescentando que Snowden reintroduziu os princípios de confiança e transparência como "princípios que devem nortear" as políticas de segurança, a nível global.
Os documentos revelados por Snowden em 2013 indicam a capacidade de vigilância sobre os cidadãos e instituições dos Estados Unidos em todo o mundo.
Snowden vive atualmente na Rússia, sob a autorização de um visto temporário, mas pediu asilo a vários países, incluindo a Noruega, no verão passado.
Solhjell, antigo ministro do Ambiente do Governo de esquerda e que perdeu as eleições em 2013, disse ainda à AFP que está ao corrente do pedido de asilo de Snowden ao executivo de Oslo, mas refere que se trata de uma questão que deve seguir os procedimentos habituais.
"Este assunto não afeta a decisão de propormos a nomeação de Snowden para Prémio Nobel", sublinhou.
O dia 01 de fevereiro é a data limite para a apresentação das propostas de nomeação para os prémios Nobel.
O processo de nomeação envolve a participação de políticos, advogados e académicos de todo o mundo.
Em julho de 2013, um professor de Sociologia sueco, Stefan Svallfors propôs Snowden para Prémio Nobel da Paz mas o pedido foi formulado já depois de o prazo de candidaturas ter expirado.
Lusa