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Milhares de pessoas nas ruas de Banguecoque em protesto contra Governo

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje nas ruas junto à sede do Governo e do Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês em Banguecoque exigindo a saída do Governo Yingluck Shinawatra.

A manifestação acontece ao mesmo tempo que milhares de "camisas vermelhas",  seguidores da primeira-ministra se manifestaram no estádio nacional Rajamangala,  com capacidade para 49.000 pessoas, contrariando a mobilização antigovernamental.

Na noite de domingo, Suthep Thaugsuban, antigo vice-primeiro-ministro  e ex-deputado do Partido Democrata, hoje na oposição, sublinhou que o protesto  não visa apenas a queda do Governo, mas também o fim do "regime Thaksin",  numa referência ao antigo chefe do Governo, deposto e julgado por corrupção,  e irmão de Yingluck. 

"Não iremos parar mesmo depois de Yingluck Shinawatra se demitir ou  seja dissolvido o parlamento", afirmou Suthep perante milhares de manifestantes  no Monumento à Democracia. 

Na próxima sexta-feira, o Governo de Yingluck vai submeter-se a uma  moção de censura depois da crise desencadeada pela proposta de lei de amnistia  recusada pelo Senado, e a iniciativa de reformar o Senado bloqueada pelo  Tribunal Constitucional. 

A lei da amnistia determinava o perdão dos condenados por crimes políticos,  incluindo a corrupção, pilhagem e homicídio desde 01 de janeiro de 2004  até agosto de 2013, excetuando aqueles que estavam acusados de crimes contra  a monarquia. 

A oposição denunciou que a lei pretendia "branquear" os abusos cometidos  no passado e permitir o regresso ao país de Thaksin Shinawatra, deposto  por um golpe militar em 2006. 

O Governo de Yingluck pretendia também reformar o Senado para que todos  os seus membros fossem eleitos nas urnas já que atualmente metade dos membros  é nomeada por um comité. 

Ao protesto liderado por Suthep Thaugsuban juntaram-se vários grupos  conotados com a oposição ao governo. 

Os camisas vermelhas são membros do movimento civil criado após o golpe  militar de 2006 com o objetivo de restabelecer em funções o deposto primeiro-ministro  Thaksin Shinawatra, irmão mais velho de Yingluck. 

Nas ruas, o movimento de camisas vermelhas está associado à Frente Unida  para a Democracia e Contra a Ditadura, enquanto na política está associado  ao partido Puea Thai. 

Em 2010, com um governo liderado pelo Partido Democrata, os camisas  vermelhas ocuparam o centro financeiro de Banguecoque durante mais de dois  meses para obrigar o Executivo a abandonar o poder, um protesto que resultou  em 92 mortos, 1.800 feridos e milhares de dólares em prejuízos económicos  e materiais. 

Um ano depois, Yingluck abandonou a carreira empresarial e sem qualquer  experiência política candidatou-se à chefia do Governo que viria a conquistar  em julho.

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