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Parlamento venezuelano concede poderes especiais a Nicolás Maduro 

A Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela  aprovou hoje um pedido de uma "Lei Habilitante", que concede poderes especiais  ao Presidente Nicolás Maduro para legislar por decreto contra a corrupção  e contra a guerra económica.  

A aprovação teve lugar com 99 votos a favor, 60 votos e 2 abstenções,  devendo agora o parlamento submeter a debate e aprovação cada um dos cinco  artigos que a compõe. 

Depois da aprovação e dirigindo-se aos opositores, o deputado do Partido  Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e presidente do parlamento, Diosdado  Cabello, declarou: "podem ir apelar às Nações Unidas se quiserem, porque  aqui votou o povo, o socialismo, a pátria, (Hugo) Chávez". 

"Fica aprovada a Lei Habilitante que outorgará poderes especiais ao  presidente (Nicolás) Maduro", anunciou, ao que se seguiu de imediato o hino  nacional da Venezuela, cantado pelo falecido líder da revolução bolivariana  Hugo Chávez. 

A 8 de outubro passado, Nicolás Maduro solicitou ao parlamento a aprovação  dos poderes especiais para legislar por decreto em matéria económica, contra  a corrupção e para tornar irreversível o socialismo. 

Um voto impedia a bancada do PSUV e do Partido Comunista da Venezuela  de ver aprovada a "Lei Habilitante", por ser necessário o voto favorável  de 99 dos 165 parlamentares, no entanto o levantamento quarta-feira, da  imunidade parlamentar, por alegada corrupção, da deputada Maria Mercedes  Aranguren (passou do PSUV a independente), permitiu que o seu suplente,  Carlos Flores, completasse o voto necessários para avançar. 

Ricardo Sanguino, presidente da Comissão de Finanças do parlamento venezuelano,  abriu hoje o debate justificando que "existem razões profundamente políticas,  sociais e económicas" para aprovar a "Lei Habilitante". 

"Não deteremos o avanço da revolução, vamos para outra etapa na qual  daremos impulso à produção interna", disse, frisando que era necessário  aprovar aquela lei "para evitar que a oposição tentasse lançar torpedos  contra as ações que o Chefe de Estado está a fazer contra os diferentes  níveis da corrupção. 

O opositor Stalin González acusou os socialistas de pretenderem "distrair  os venezuelanos dos problemas reais que afetam o país" e de, "a 24 dias  de umas eleições  1/8municipais de 08 de dezembro 3/8, quererem ter uma saída  rápida para uma crise que é muito mais profunda". 

Por outro lado, o opositor Eduardo Gómez Sigala acusou o Governo de  pretender usar os poderes especiais para "perseguir o financiamento das  vozes críticas da sociedade". 

A vice-presidente do parlamento, a socialista Blanca Eekhout, frisou  que a aposta é transformar o modelo político e económico do país e que "Caracas  já não é da oligarquia". 

Entretanto, a coligação opositora Mesa de Unidade Democrática, condenou  a aprovação da lei, acusando o Governo de "procurar aprová-la mediante o  abuso do poder, a corrupção".

Lusa

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