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Detetada fissura na origem de fuga radioativa em Fukushima

A operadora da central nuclear de Fukushima revelou ter encontrado no fundo de um dos tanques de armazenamento de água  radioativa uma pequena fissura que está na origem das suas fugas, depois  de cerca de um mês e meio de investigações. 

Os técnicos da central de Fukushima que, na semana passada, começaram  a desmantelar o tanque com defeito após detetado o primeiro vazamento, aplicaram  espuma nas juntas dos contentores para poder desvendar a origem das fugas,  detalhou a cadeia de televisão japonesa NHK.  

A Tokyo Electric Power (TEPCO) conta com aproximadamente 350 tanques  deste tipo em toda a central, fabricados pouco depois do acidente nuclear  provocado pelo tsunami de março de 2011 foram montados com recurso a materiais  mais baratos, como resina e fixações metálicas, utilizados para unir juntas  no lugar da soldadura. 

A operadora da central considera que as fugas ocorreram depois de a  pressão da água contaminada do tanque ter ampliado o diminuto espaço entre  as juntas do fundo do tanque. 

O incidente surgiu em meados de agosto, quando a TEPCO detetou que tinham  sido derramadas cerca de toneladas de água muito radioativa deste tanque  que, como os restantes 600 contentores de que a central dispõe, é usado  para armazenar o líquido utilizado para arrefecer os reatores e mantê-los  em "paragem fria". 

A operadora anunciou que vai iniciar na sexta-feira os testes com o  seu novo Sistema de Processamento Avançado de Líquido (ALPS), concebido  pela Toshiba, que espera que seja capaz de eliminar até 62 dos 63 tipos  de substâncias radioativas presentes na água, o que resolveria parcialmente  o grave problema do seu armazenamento. 

Os técnicos tinham previsto pôr em marcha este novo sistema no mês passado,  mas os testes realizados em junho mostraram uma pequena fuga de água que  viria a atrasar o processo. 

No início de agosto, o Governo japonês manifestou a sua disposição para  se envolver logística e financeiramente na resolução do problema urgente  da água contaminada na central, com medidas como verter para o oceano a  água com baixos níveis de radiação ou congelar o subsolo em torno dos reatores.

Depois do acidente nuclear de Fukushima, o pior desde Chernobyl, em  1986, cerca de 3.500 funcionários lutam diariamente na central para dar  por concluída a crise atómica, um trabalho que se estima que venha a ser  finalizado no período de entre 30 e 40 anos. 

 

Lusa

     

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