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Dilma Rousseff adia visita oficial a Washington 

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, anunciou  hoje que adiou a viagem aos Estados Unidos, prevista para outubro, devido  às suspeitas de que terá sido alvo de espionagem.  

© Ueslei Marcelino / Reuters

Em comunicado hoje divulgado, a Secretaria de Comunicação da Presidência  brasileira sustenta que "as práticas ilegais de intercetação das comunicações  e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem  um facto grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais,  e incompatível com a convivência democrática entre países amigos".  

O governo brasileiro afirmou ainda que "tem presente a importância e  a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança  mútua", recordando que os dois países têm trabalhado juntos em diversas  áreas, como ciência e tecnologia e educação.  

A nova data para a visita de estado ainda não foi definida pelos países.  Segundo o comunicado, a decisão foi tomada pela presidente brasileira depois  de não ter existido qualquer explicação por parte das autoridades norte-americanas,  apesar do pedido do Brasil.  

Na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff recebeu um telefonema  de Barack Obama, dando continuidade a um encontro mantido em São Petersburgo,  durante a cimeira do G20. Em paralelo, fontes diplomáticas dos dois países têm referido vários  contactos entre o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto  Figueiredo Machado, e a assessora presidencial norte-americana para os assuntos  de Segurança Nacional, Susan Rice. "O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de  maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível",  informa o comunicado. 

Em resposta a esta decisão, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney,  afirmou que futura visita de Dilma "não deve ser ensombrada por um tema  bilateral isolado, por muito que seja importante ou desafiante esse tema".

A espionagem específica às comunicações de Rousseff foram divulgadas  pela TV Globo no dia 1 de setembro, com base em documentos dos serviços  secretos norte-americanos tornados públicos por Edward Snowden.  

Uma semana depois, a emissora revelaria que as escutas teriam atingido  também a petrolífera Petrobrás.  Após esse anúncio, a diplomacia brasileira exigiu um esclarecimento  do caso junto dos Estados Unidos.  

 

Lusa

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