"O ministro Lavrov apresentou uma iniciativa relacionada com as armas químicas. Eu declaro: a Síria saúda a iniciativa russa, assente nas preocupações dos dirigentes russos sobre a vida dos nossos cidadãos e a segurança do nosso país", declarou Mouallem, citado pelas agências russas.
O chefe da diplomacia síria saudou também "a sabedoria dos dirigentes russos que estão a tentar impedir uma agressão norte-americana ao nosso povo".
O MNE russo, Serguei Lavrov, tinha apelado pouco antes à Síria para que colocasse sob controlo internacional o seu arsenal químico, ao passo que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmara em Londres que isso poderia impedir ataques armados ao regime sírio.
"Apelamos aos dirigentes sírios para que não só aceitem colocar sob controlo internacional o seu 'stock' de armas químicas e, a seguir, destruí-lo, mas também para que adiram plenamente à Organização para a Proibição de Armas Químicas", declarou Lavrov numa breve alocução, algumas horas depois de se ter reunido com o chefe da diplomacia síria, Walid Mouallem, em Moscovo.
"Já transmitimos esta proposta ao ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, o senhor Mouallem, que se encontra em Moscovo, e esperamos uma resposta rápida e positiva", acrescentou.
"Não sabemos se os sírios estão de acordo com isto, mas se a colocação sob controlo internacional das armas químicas do país permitir evitar ataques, rapidamente nos meteremos ao trabalho com Damasco", assegurou Lavrov.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou hoje "particularmente bem-vindo" o apelo dirigido pela Rússia à Síria, declarando que uma tal iniciativa de Damasco seria "um grande passo em frente".
"Se a Síria puser as suas armas químicas fora de uso, sob supervisão internacional, claramente isso será um grande passo em frente e deve ser encorajado", declarou Cameron perante os deputados britânicos, acrescentando contudo que é necessário garantir que "não se trata de uma manobra de diversão".
Lusa